São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Copa em debate; Emenda de FHC; Solidariedade a Romano; Homossexualismo e tabu; Ciência e clareza; Contra o aborto; Branco e as crianças

Copa em debate
"Falar bem da Folha é chover no molhado. Mais aí vai mais um parabéns, desta vez pelo excelente trabalho de cobertura da Copa. Com a Folha, fica-se sabendo não só sobre os jogos, mas sobre tudo e todos os fatos que giram em torno do evento. Tenho todos os cadernos e pretendo guardá-los como um arquivo para esta Copa que vai marcar a história do futebol brasileiro. Realmente, não dá pra não ler."
Helio Perazzolo (São Paulo, SP)

"O Brasil vai ser tetra, sim senhor! Mas será o campeão mais feio de todos. Futebol sem sal, retrancado, medroso, sem tesão, futebolzinho covarde. Mais parece canja de hospital, ruim mas tem que engolir. Ô saudade do futebol-arte, do futebol-prazer, do futebol alegre, de categoria e classe."
Jurcy Querido Moreira (Guaratinguetá, SP)

"Não há quem não tenha se irritado com a insensibilidade de Zagalo em perceber o significado do futebol na cultura esportiva do brasileiro. Porém, não dá para negar que quando ele se refere ao '13' como número da sorte, está coberto de razão. Sem dúvida, 94 (9 + 4) é o ano do 13 no Brasil."
Lino Castellani Filho (São Paulo, SP)

"Com garra, rumo ao tetra, chegaremos lá!"
Guilherme Bussing (São Paulo, SP)

Emenda de FHC
"No último dia 13, a assessoria de imprensa do candidato à Presidência da República pela Coligação União, Trabalho e Progresso, Fernando Henrique Cardoso, foi procurada pela sucursal de Brasília para responder a uma denúncia de que o senador teria apresentado, em 1991, uma emenda ao projeto de lei complementar número 85 da Câmara, redigida por lobistas das indústrias automobilística e de informática. A assessoria de imprensa, então, negou que o senador Fernando Henrique tivesse agido por qualquer ação de lobbies e pediu prazo para que a resposta pudesse ser dada após a realização de uma pesquisa nos arquivos do Senado sobre o histórico do referido projeto de lei. A repórter não concedeu o prazo. No dia seguinte, quinta-feira, 14, a Folha publicou uma matéria intitulada 'Vereador acusa FHC e Covas de acatar emendas de lobistas', com algumas afirmações que não condizem com o compromisso da Folha com a verdade. Em primeiro lugar, na retranca 'Outro lado', a repórter afirma 'FHC admitiu que as emendas que assinou eram semelhantes às propostas por Covas'. Essa afirmação jamais poderia ter sido feita, uma vez que a repórter não falou com Fernando Henrique e, sim, com sua assessoria. Em segundo lugar, ela insiste em afirmar que 'FHC disse..." que as seis emendas foram apresentadas a pedido da liderança do PSDB na Câmara. O que a repórter ouviu de um assessor, e não de Fernando Henrique, foi que ele, assessor, lembrava-se de um projeto de lei sobre ZPEs em que Fernando Henrique recebeu um pedido da liderança do PSDB na Câmara para reapresentar ao Senado um texto que havia sido rejeitado pelo plenário da Câmara. Por fim, se a repórter tivesse concordado em conceder o prazo pedido pela assessoria para pesquisar o histórico do projeto de lei número 85, hoje saberia que não há qualquer registro de emenda apresentada pelo senador Fernando Henrique Cardoso."
Augusto Fonseca, coordenador de imprensa da coligação União, Trabalho e Progresso –PSDB/PFL/PTB (Brasília, DF)

Nota da Redação – A apresentação da emenda foi feita em papel timbrado do Congresso Nacional, traz a assinatura de FHC, é idêntica a outra emenda assinada pelo senador Mário Covas e foi em essência acatada na lei 8.387/91.

Solidariedade a Romano
"O colegiado do Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes) reunido no dia 4/07, deliberou expressar ao seu sócio e membro do Comitê da Revista Educação & Sociedade, professor Roberto Romano, todo seu apoio e solidariedade em razão do processo que lhe está movendo o deputado federal Roberto Cardoso Alves (PTB-SP). O Cedes entende que Romano, como lhe é peculiar, manifestou-se em defesa de uma das instituições fundamentais da nossa sociedade, valendo-se do direito de liberdade de expressão, recentemente recuperado no país após mais de duas décadas de arbítrio, valores estes constitutivos da qualidade da democracia que o Brasil deve construir."
Ivany Rodrigues Pino, presidente do Centro de Estudos Educação e Sociedade (Campinas, SP)

"Solidarizo-me com o filósofo Roberto Romano, professor-titular da Unicamp, frente à continuidade do processo judicial que sofre em decorrência do artigo 'O prostíbulo risonho' (Folha, 6/09/93). Tal processo, que é uma grave ameaça à liberdade e pluralidade de opinião que este jornal sustenta como essenciais à democracia, visa calar uma das mais lúcidas e incômodas vozes que, corajosamente, vem defendendo a ética e o respeito como fundamentos da vida política."
José Vaidergorn, professor do Departamento de Ciências da Educação da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp –Araraquara (Araraquara, SP)

Homossexualismo e tabu
"É com imensa satisfação que nós do Gapa-RS, Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul, cumprimentamos este veículo pela coragem e ousadia de abordar em sua campanha um tema como a homossexualidade com tanta dignidade. Nós que trabalhamos com a questão da Aids sabemos, também, da dificuldade que é tratar de temas que, ainda, são tabus em nossa sociedade."
Alexandre Boer, assessor de imprensa do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids do RS (Porto Alegre, RS)

Ciência e clareza
"Parabéns à Folha pela realização do curso rápido de divulgação científica, ministrado pela professora Nair Lemos Gonçalves, e pela oportuna homenagem a José Reis. Ações como essa contribuem para a apresentação de uma ciência mais clara, agradável e próxima da sociedade."
Luís Victorelli, coordenador do Centro de Divulgação Científica da USP (São Paulo, SP)

Contra o aborto
"Os abortistas, como a socióloga Eva Blay, se têm pretensão de propagar sua causa, precisam de argumentos mais consistentes na defesa de seu ponto. Porque não há dúvida que 'a maternidade é um direito das mulheres', já que ninguém quer obrigar alguém a ficar grávida. A partir daí é introduzida uma falácia: o direito da mãe sobre a vida e a morte do feto quando gerado. Como se a proximidade física (inclusão física) autorizasse um direito irrestrito. O que a socióloga não aceitaria é a conclusão lógica do argumento: a inclusão no pátrio-poder do direito de vida e morte sobre a criança, como já existiu no passado, tendo em vista a proximidade física e psíquica após o parto. Os defensores do aborto nunca apresentaram uma boa explicação para matar o feto, enquanto prezam a vida da criança. Outra infantilidade retórica, a despeito das respeitáveis figuras políticas, judiciárias e intelectuais em geral que a usam, é dizer que o aborto deve ser legal porque é praticado em afronta à lei. Usar essa idéia é demonstrar deficiência do pensamento ou má-fé: todos os crimes são praticados apesar da proibição, principalmente numa sociedade industrial decadente. Vá melhor que os legalizemos?"
Jorge João Burunzuzian (São Paulo, SP)

Branco e as crianças
"Evidentemente, Deus anda muito ocupado em 'ajudar' Branco a fazer gols na Copa, visto que às crianças de rua não tem tido tempo de ajudar, apesar do clima inclemente. Será que, mais do que eu e do que o sr., os senhores prefeito e governador não têm um pingo de remorso? Ou será que esta gota também, com o frio, congelou-se?"
Vera Lúcia de Mello Rodrigues (São Paulo, SP)

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