São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Em SP, o papa do violoncelo

LUÍS ANTÔNIO GIRON

Para o violoncelista russo Mstislav Rostropovich, 64, vale o chavão. Ele é o papa do violoncelo e ponto final. Ninguém como ele reuniu condições para o título neste século.
Sua luta pelos direitos humanos (abrigou o escritor Alexander Soljenitsin em 1974, quando este foi expulso da ex-URSS), a atuação como solista virtuose, o trabalho à frente de importantes orquestras, tudo colabora para criar a imagem de um mito.
Ele faz em São Paulo dois recitais, acompanhado pelo pianista norte-americano Lambert Orkis. O programa é o resultado de uma escolha preciosista. Começa tocando a "Sonata em Fá Maior Op. 8", de Richard Strauss, obra raramente executada da juventude do compositor alemão. Emenda com as não menos estranhas "Variações de 'Ein aedchen oder Weibchen', de 'A Flauta Mágica' Op. 66", de Beethoven. Como se não fosse suficiente, ainda toca a "Sonata Op. 40", de Shostakovich, e o "Grand Tango para Cello e Piano", de Astor Piazzolla.
Mesmo que executasse o "Bolero" de Ravel já valeria vê-lo. Com tamanho repertório, é bom levar flores.
L.A.G.

Mstislav Rostropovich. Teatro Cultura Artística, sala Esther Mesquita. R. Nestor Pestana, 196, Centro. Tels. 256-0223 e 258-3616. Quarta, 20, e quinta, 21: 21h. Ingressos: R$ 10 a R$ 100.

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