São Paulo, domingo, 17 de julho de 1994
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Renata ganha papel de mãe moderna

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

Natália, personagem de Renata Sorrah em "Pátria Minha", concorreria facilmente ao título de mãe do ano. Afinal, ela criou sozinha a heroína da trama, Alice (Cláudia Abreu).
Para Renata, sua personagem "é da geração que nos anos 70 fazia teatro, frequentava as dunas da praia de Ipanema e sonhava com um futuro diferente".
A própria atriz diz que foi uma dessas pessoas e se identifica com Natália em muitos pontos. "Eu começava a fazer teatro e entender de política naquela época e tive uma trajetória parecida", conta.
Natália criou a filha sozinha depois que o pai de Alice sugeriu um aborto. "Mas ela não é amarga nem tem ódio dos homems por isso", esclarece a atriz.
A relação com Alice não tem nada de conflituosa. "Hoje há tantos problemas entre pais e filhos, mas isso não acontece aqui. É bom mostrar que pode ser legal."
Vai ser legal até mesmo quando Alice se apaixonar e a discussão sobre a primeira relação sexual entrar na pauta da novela. "A mãe vai entender o momento", antecipa Renata.
Também aí a atriz vai usar sua experiência pessoal. Mãe de Mariana, 13, Renata conta que já conversa com sua filha a respeito de seus primeiros namoros.
Mas será que uma mulher tão bem resolvida permitirá que Renata Sorrah mostre o talento já exibido na pele de personagens problemáticas? "Sempre procuro colocar algo meu", ela diz.
Foi assim com Eleonor Newman, em "Brilhante" e com Heleninha Roithman, em "Vale Tudo", só para citar as novelas de Gilberto Braga nas quais ela atuou.
Eleonor não hesitou em casar com um homossexual para ter direito a milhares de dólares. Heleninha comoveu o público com o drama dos alcoólatras levado ao horário nobre da televisão.
Perguntada se prefere papéis menos convencionais, ela nega. "Não há regra para isso. Às vezes, você acha que não vai ser bom e acaba sendo. Estou adorando fazer a Natália", conclui.

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