São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994![]() |
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Itamar tem MP pronta desde junho
SÔNIA MOSSRI
Sob pressões do chefe da SAF (Secretaria de Administração Federal), Romildo Canhim, e dos ministros militares, Itamar quase concedeu o aumento em junho. Ricupero e o ministro do Planejamento, Beni Veras, articularam uma conversa entre FHC e Itamar. FHC conseguiu convencer o presidente de que um reajuste antes do Plano Real prejudicaria o programa e sinalizaria aos agentes econômicos que o governo não estaria comprometido com a austeridade nos gastos públicos. Nos primeiros dias de julho, a equipe econômica foi surpreendida com a retomada das pressões de Canhim sobre o presidente, com o apoio de alguns integrantes do grupo de Juiz de Fora. No Planalto, o único aliado da equipe econômica foi o ministro-chefe do Gabinete Civil, Henrique Hargreaves. O principal argumento de Canhim foi que o presidente passaria para a "história" ao realizar a isonomia –igualar salários do Executivo, Legislativo e Judiciário. Na semana passada, em reunião com Itamar, o Secretário de Orçamento e Finanças, Edney Resende Moura, contestou Ricupero e Beni Veras, que alegavam falta de verbas para o reajuste. Estavam na reunião Canhim e o ministro-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Arnaldo Leite Pereira. Enquanto a equipe econômica afirmava que não existiam verbas disponíveis para o aumento, Moura, coronel do Exército, disse ao presidente que havia uma folga de US$ 3 bilhões– suficientes para para pagar o reajuste em 94. O clima da reunião não tornou-se mais tenso por causa da habilidade de Hargreaves com o amigo Itamar. Ele convenceu o presidente de que o reajuste precisava de mais discussões. Moura, indicado para o cargo pelo ministro do Exército, Zenildo de Lucena, preferiu contrariar o ministro do Planejamento, a quem é subordinado como titular da Secretaria de Orçamento Federal. Texto Anterior: Fazenda propõe reajuste maior para os militares Próximo Texto: Fechado acordo para baixar preço no Makro Índice |
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