São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Fazenda propõe reajuste maior para os militares

SÔNIA MOSSRI; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministérios da Fazenda e Planejamento levaram ontem ao presidente Itamar Franco proposta de reajuste salarial diferenciado para os servidores civis e militares.
A idéia é conceder aos militares um reajuste médio de 34%, dividido em até quatro parcelas a partir de setembro.
Uma das alternativas prevê um aumento para os militares superior a 15% em setembro.
O ministro do Planejamento, Beni Veras, disse ontem, antes de reunir-se com Itamar no Palácio do Planalto, que os civis teriam aumentos inferiores ao dos militares.
Ele afirmou que o aumento dos civis, em setembro, seria inferior a 15%.
Segundo Veras, o reajuste dos servidores públicos federais será pago com recursos provenientes da venda de estoques de café (US$ 500 milhões) e de ações de empresas estatais (US$ 1 bilhão).
Numa reunião na manhã de ontem, os ministros Rubens Ricupero (Fazenda) e Beni Veras (Planejamento) chegaram a uma proposta comum com o chefe da Secretaria de Administração Federal (SAF), Romildo Canhim, e com o ministro-chefe do Estado Maior das Forças Armadas (Emfa), Arnaldo Leite Pereira.
A proposta que foi levada no início da noite ao presidente Itamar prevê aumento diferenciado para os militares mediante elevação das gratificações das Forças Armadas. Essa alternativa vem sendo rejeitada pelo titular da SAF.
Canhim resistiu ao aumento diferenciado. Ele queria conceder o mesmo reajuste aos civis e militares.
Sua proposta fracassou porque Pereira, com o apoio dos ministros militares, aceitou a idéia da Fazenda e do Planejamento.
Gratificação
A gratificação de altos estudos, basicamente para oficiais que têm o curso de comando do Estado-Maior, deve passar de 30% para cerca de 130% do soldo –valor básico dos vencimentos dos militares sobre o qual incidem gradificações e auxílio moradia.
A gratificação para os oficiais com curso nas escolas de aperfeiçoamento pode se elevar de 25% para 85%.
O aumento das gratificações resultaria num reajuste médio de 34% para as Forças Armadas.
Os militares questionaram a falta de verbas alegada pela equipe econômica utilizando relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).
O documento mostra que no ano passado o governo gastou cerca de 20% com o pagamento do funcionalismo.

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