São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Alfândega barra a bagagem de Branco

DA SUCURSAL DO RIO

O lateral-esquerdo Branco foi o único membro da delegação da seleção brasileira que teve a bagagem retida no aeroporto. Várias caixas com as compras do jogador ficaram no terminal de cargas.
A bagagem de Branco não coube no avião da seleção e veio em outro vôo, que chegou ao Rio por volta de 20h de anteontem. Os volumes foram detidos na alfândega.
A bagagem não foi liberada porque, pelo volume, devia ultrapassar a cota de US$ 500 permitida.
O inspetor da alfândega, Sylvio Sá Freire, afirmou que os pacotes só serão liberados quando o dono for buscá-los na alfândega e pagar o imposto pelas mercadorias. A inspetoria da alfândega não quis informar oficialmente a quem pertence a bagagem.
Confusão
As compras dos demais membros da seleção brasileira passaram pelo aeroporto internacional do Rio sem o controle da alfândega. Mas para isso acontecer houve uma confusão que durou 55 minutos no pátio de manobras do aeroporto.
O chefe de bagagem acompanhada do aeroporto, Belson Martins Pureza, afirmou que toda bagagem iria ser revistada.
Antes de o vôo chegar, Pureza disse que os jogadores não teriam qualquer privilégio e seriam tratados de acordo com a lei. Informou que a bagagem iria ser armazenada no Teca (Terminal de Carga Aérea) e liberada após inspeção.
Naquele momento, afirmou que, pela lei, apenas diplomatas têm direito a privilégios quando desembarcam de vôos internacionais.
Depois que a delegação desceu do avião, Pureza e outros funcionários foram cercados pelos jogadores.
Romário brandia a réplica da taça, ganha nos EUA, acima de todas as cabeças. Ele exigia passar pela alfândega sem os trâmites normais.
Outros jogadores se juntaram ao protesto. O goleiro reserva Gilmar era um dos mais exaltados. Entre os membros da comissão técnica, o coordenador Zagalo parecia ser o mais nervoso.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, pressionou os fiscais da Receita Federal e obteve a liberação das bagagens, conseguindo que finalmente os jogadores voltassem ao caminhão dos bombeiros para deixar o aeroporto.
Logo depois, quatro caminhões de empresas transportadoras entraram na pista e começaram a embarcar a bagagem.
Escolta
Escoltados por dois carros da PM (Polícia Militar) os caminhões deixaram o aeroporto a 1h10 com destino ao Hotel Intercontinental, onde chegaram por volta das 2h20, ponto final do desfile dos jogadores pelo Rio.
No desembarque da bagagem, junto com uma quantidade enorme de malas, apareciam as compras.
Começaram a descer dos caminhões impressoras e terminais de computadores, aparelhos de som, videocassetes, equipamentos de ginástica, bicicleta ergométrica, carros a motor para crianças.
A principal atração, para os carregadores, foi a TV Mitsubishi VS-4571 Big Screen Television, o maior pacote de todos.

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