São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Peres negocia paz na Jordânia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O chanceler israelense, Shimon Peres, se tornou o primeiro líder do país a fazer ontem uma visita pública à Jordânia.
Ele esteve na margem jordaniana do mar Morto para negociações de paz com representantes da Jordânia e Estados Unidos.
"Foram necessários 15 minutos de vôo e 46 anos para chegar neste momento e lugar", disse Peres, que foi de helicóptero à Jordânia.
"A guerra ficou para trás. Não se pode negociar a paz com uma mentalidade de guerra", disse o primeiro-ministro Abdel Salam Majali, representante da Jordânia.
O secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, também participou do encontro.
Peres, Christopher e Majali discutiram medidas de desenvolvimento econômico e turístico para a região do vale do rio Jordão.
As três partes se comprometeram a intensificar os esforços de paz entre Israel e Jordânia. Os dois países estão em estado de guerra desde a criação de Israel, em 1948.
As negociações prosseguirão na segunda-feira. O rei Hussein, da Jordânia, e o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, devem realizar seu primeiro encontro público da história, em Washington.
Peres e Majali anunciaram que passarão a se encontrar mensalmente. Eles não quiseram dizer se a paz entre os dois países será selada no encontro da próxima semana.
Antes da reunião, Christopher esteve com o rei Hussein. Ele afirmou desejar a assinatura do acordo de paz o mais breve possível, "mas não na semana que vem".
"Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas estamos trabalhando seriamente e abordando todos os problemas", disse.
As reivindicações da Jordânia à Israel incluem a devolução de terras e uma melhor divisão dos suprimentos de água da região.
Representantes dos dois países têm realizado encontros secretos frequentes para negociar a paz. As primeiras reuniões ocorreram antes da criação do Estado de Israel.
Ahmed Qeri, nomeado para o Ministério da Economia da ANP (Autoridade Nacional Palestina), foi impedido ontem pelo governo de Israel de entrar em Jerusalém.
Ele participaria de uma conferência de negócios na cidade.
"Toda atividade econômica da ANP deve ser realizada na faixa de Gaza ou em Jericó", justificou Oded Ben Ami, assessor do primeiro-ministro Rabin.
Israel e OLP encerraram ontem no Cairo a segunda sessão de negociações sobre a ampliação da autonomia palestina.
O chefe da delegação da OLP, Nabil Shaath, acusou Israel de impedir que os palestinos modifiquem a legislação educacional em vigor em Gaza e Jericó.

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