São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994
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Revolta marca enterro de grávida assassinada

Marido passa mal durante o velório

DA REPORTAGEM LOCAL

O velório da dona-de-casa Kelmy Etelvina Coelho Martins, 23, e de seu bebê, mortos anteontem a tiros por dois assaltantes, virou local de "romaria".
Familiares e amigos inconformados e dezenas de desconhecidos estiveram no cemitério da Saudade, em São Paulo, ontem, onde os corpos foram velados e enterrados, às 17h.
Kelmy, que estava grávida de sete meses, recebeu dois tiros após se descontrolar e gritar durante um assalto, na zona leste de São Paulo. Um dos tiros acertou sua barriga e a mão do feto. Kelmy morreu antes de chegar ao hospital e o bebê, oito horas depois.
O marido de Kelmy, Renato Martins, passou mal duas vezes durante o velório e precisou ser amparado pelos parentes.
"Tudo o que ele quer agora é descobrir quem foram os assassinos", disse Antonio Farias, irmão de Renato. Os dois passaram a madrugada de ontem tentando liberar os corpos de Kelmy e da filha para que o enterro fosse simultâneo.
A criança morreu por volta das 14h de anteontem no hospital Tide Setúbal. De acordo com Farias, o corpo não foi levado ao IML a tempo de passar pela autópsia porque o IML só tinha um carro, que não estava disponível.
"Tivemos que esperar até o dia seguinte e pedir para passarem o nosso caso na frente dos outros, para não precisar fazer dois enterros."

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