São Paulo, quinta-feira, 28 de julho de 1994
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Mercado de trabalho encolhe há 20 anos

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Um estudo preparado pelo Departamento Econômico da CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e divulgado ontem mostra que há 20 anos o mercado de trabalho no Brasil vem encolhendo, na média.
No período de 74 a 83, a taxa anual de crescimento do emprego foi de menos 0,15%. Nos dez anos seguintes, esse desempenho negativo aumentou para menos 1,35%.
O trabalho, encomendado pelo presidente em exercício da entidade, Mário Amato, compara o período 84/93 com o de 74 a 83. A maioria dos indicadores mostra desempenho econômico negativo nos últimos dez anos.
O encolhimento começa pela taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que mede a produção total do país. Ela caiu de 4,1% de 74 a 83 para 2,5% de 84 a 93.
A inflação média saltou de 72% para 660%, enquanto o crescimento do PIB per capita, que mede a participação média de cada brasileiro na produção total do país, caiu de 1,8% para 0,8% ao ano, de um período para o outro.
A taxa média de investimentos na economia do país recuou de 22,5% do PIB no primeiro período da pesquisa para 16,3% no segundo período.
Com isso, a produção industrial média por ano baixou de 2,9% para 1,9% do primeiro para o segundo período.
Os salários reais (descontada a inflação) na indústria também recuaram. De um tímido crescimento anual de 0,24% em 74/83, eles passaram para uma queda anual de 1,36% no período 84/93.
Aspectos positivos
Apesar de a maioria dos indicadores macroeconômicos ser negativa, há aspectos positivos.
A produção de automóveis por mil habitantes cresceu de uma média anual de 5,6 de 74 a 83 para 7,5 nos dez anos seguintes.
A produção de aço bruto saiu de 70 toneladas por mil habitantes em 73 para 158 em 93. A produção de cimento por mil habitantes foi de 132 toneladas em 73 para 156 em 93 (atingiu 161 em 83).
Na área de comércio exterior é onde aparece o melhor resultado do estudo. A balança comercial passou de um déficit médio de US$ 0,9 bilhão em 74/83 para US$ 13 bilhões em 84/93.
Já na área da dívida externa os números voltam a ser espetacularmente negativos. Ela passou de US$ 13 bilhões em 73 para US$ 124 bilhões em 91.

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