São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994
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Ministro da Saúde discute crise dos hospitais com Ricupero na segunda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Henrique Santillo (Saúde) vai retomar na segunda-feira as negociações com o ministro Rubens Ricupero (Fazenda) sobre os recursos para o pagamento de hospitais. No mesmo dia, os hospitais devem entrar em greve.
Ricupero volta amanhã de Buenos Aires, onde participa de reuniões preparatórias do Mercosul (Mercado Comum dos Países do Cone Sul). O ministro da Fazenda viajou anteontem sem liberar a verba do setor de saúde.
A Federação Brasileira de Hospitais está preparando para segunda-feira a greve nas internações e ambulatórios dos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Os hospitais exigem o pagamento de junho, no valor de R$ 506 milhões.
O Ministério da Saúde aposta no adiamento, por pelo menos uma semana, da paralisação dos hospitais. Santillo terá de convencer Ricupero, nesse tempo, a liberar a verba.
Em São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde classificou de "insensível" a atitude do governo federal. "Saúde não é uma mercadoria qualquer", disse o secretário-adjunto Jordão Pellegrino Júnior. Segundo ele, o governo está agindo como se "as pessoas pudessem decidir se querem ou não ficar doente".
O hospitais públicos e universitários têm apenas 50% dos leitos disponíveis no Estado. A Secretaria da Saúde não tem nenhum esquema de emergência montado para enfrentar a sobrecarga que deve recair sobre os hospitais públicos com a greve anunciada. "Estamos trabalhando no limite", disse Pellegrino.

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