São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994 |
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Presos depõem no processo sobre o massacre na Casa de Detenção
DA REPORTAGEM LOCAL Um esquema de segurança com 115 PMs e oito cães protegeu ontem a primeira sessão de depoimentos de presos no processo sobre o massacre de 111 detentos, ocorrido em 2 de outubro de 92 no pavilhão 9 da Casa de Detenção.A sessão foi feita em um plenários do 1º Tribunal do Júri, na Vila Mariana (zona sul). O quarteirão em frente ao tribunal, na rua Afonso Celso, foi interditado pela PM. Todos os 120 policiais acusados do massacre estavam presentes. Os lugares do plenário reservados para o público foram transformados em bancos de réus. O 1º Tribunal do Júri foi usado por causa da falta de espaço no Tribunal de Justiça Militar para a realização da audiência. Dois promotores acompanharam o depoimento do preso Marco Antônio Ferreira de Oliveira ao Conselho Especial de Sentença (formado por um juiz auditor e quatro coronéis da reserva da PM) . Ele acusou os PMs de o terem espancado e assassinado presos sem que eles tivessem reagido à invasão do pavilhão 9 pela tropa de choque. "Quando a tropa de choque se aproximou do pavilhão, nós estendemos panos brancos nas janelas das celas", disse. O depoimento de Oliveira começou às 14h e não havia terminado até as 17h30 de ontem. Depois dele, deveria depor o detento Antônio Carlos Dias. Segundo o advogado Cláudio De Luna, que defende os policiais acusados, o preso foi ao tribunal com "a missa decorada". A promotora Stella Kuhlmann disse que Oliveira não foi preciso ao descrever a ação dos PMs durante o massacre. Texto Anterior: Leitor reclama de passe de trem Próximo Texto: PF diz que empresário italiano deve ser extraditado em 60 dias Índice |
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