São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994
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Argentina prende seis por atentado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia confirmou a prisão de seis pessoas suspeitas de envolvimento na explosão de um carro-bomba diante de uma instituição judaica segunda-feira da semana passada em Buenos Aires.
Entre os presos em Buenos Aires estão um iraniano e um casal argentino de origem alemã. Outro preso é Ariel Mitzchner, proprietário de uma oficina mecânica.
Mitzchner pode ter vendido a caminhonete para terroristas, que a estacionaram diante da Associação Mutual Israelita Argentina.
Os suspeitos teriam alterado a caminhonete Renault, colocando placas de ferro para direcionar a explosão contra o prédio da Amia, onde morreram 96 pessoas.
Para o Congresso Judaico Mundial, o apoio ao ataque está na Argentina. O ministro Carlos Ruckauf (Interior) admitiu que a Argentina não tem meios para combater o terrorismo.
Para Steven Emerson, especialista americano em terrorismo, Buenos Aires pode ser alvo de terceiro atentado, semelhante aos que destruíram a sede da Amia e a Embaixada de Israel (março de 1992).
Emerson disse acreditar em apoio local ao ataque: }Um setor da comunidade xiita argentina tem laços fortes com Teerã.
O grupo pró-Irã Hizbollah disse que responderá qualquer ataque. Israel e EUA acusaram o Hizbollah de participação em ataques no Panamá, Buenos Aires e Londres.
Outra pista investigada pela Justiça argentina é o desaparecimento de um casal de brasileiros de um hotel horas após o atentado.
O casal abandonou o hotel em Concepción del Uruguay (Província de Entre Ríos), deixando para trás malas com roupas e seu veículo no estacionamento.
No Panamá, a procuradoria divulgou o retrato falado de Yia Jamal, suspeito de ser o terrorista suicida que explodiu uma bomba em um avião na semana passada.
Depois da explosão que matou 21 pessoas, entre elas 12 judeus, Jamal foi encontrado com o rosto desfigurado e as mãos destruídas.
Na aeroporto de Amsterdã, três homens e uma mulher foram detidos e depois liberados em conexão com os atentados em Londres contra a Embaixada de Israel e uma instituição judaica esta semana.
Provenientes da capital britânica, eles foram presos depois que um passageiro do mesmo vôo disse ter identificado a mulher com o retrato de suspeita divulgado pela polícia londrina. A Holanda não divulgou suas nacionalidades.
O Conselho de Segurança da ONU condenou os ataques em Buenos Aires e Londres. Israel protestou contra o fato de a resolução não mencionar que os alvos são judaicos ou israelenses.

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