São Paulo, sábado, 30 de julho de 1994 |
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Clinton pede US$ 320 mi para ajuda a ruandeses
FERNANDO CANZIAN
O dinheiro seria empregado no envio de 4.000 soldados norte-americanos, equipamentos, veículos e suprimentos a Ruanda. O objetivo inicial da operação é reabrir o aeroporto da capital do país, Kigali, para agilizar a distribuição de alimentos, água e remédios aos milhares de refugiados em Ruanda e no Zaire. Na sexta-feira passada, Clinton anunciou uma operação de US$ 100 milhões que enviou esta semana cerca de 1.300 toneladas de equipamentos, água e comida a Ruanda. "Os EUA não podem parar de ajudar Ruanda enquanto as mortes na região não diminuírem e enquanto os refugiados não voltarem para casa", disse Clinton. Cerca de 20 mil refugiados morreram de fome ou vítimas do cólera nos últimos dez dias na região de Goma, no Zaire, onde cerca de 1,8 milhão de refugiados ruandeses estão concentrados no momento. Mais da metade da população de 7 milhões de habitantes de Ruanda fugiu de casa ou morreu nos conflitos étnicos que se seguiram ao assassinato do presidente Juvenal Habyarimana, no dia 6 de abril. O presidente dos EUA afirmou que a missão dos soldados americanos seria "puramente humanitária" e descartou qualquer envolvimento militar do país nos conflitos da região. A última intervenção humanitária dos EUA na África, na Somália, fracassou no ano passado, quando americanos se envolveram em combates com guerrilheiros. O secretário da Defesa norte-americano, William Perry, deve viajar a Ruanda este fim-de-semana para discutir a situação dos refugiados com os líderes rebeldes que agora controlam Ruanda. Clinton pediu "urgência máxima" nas deliberações do Congresso para autorizar a verba de US$ 320 milhões. A expectativa é que o Congresso tenha uma decisão na segunda-feira. O valor pedido por Clinton é 80 vezes maior do que a ajuda aprovada pela União Européia à região em fevereiro passado. A verba elevaria o total da ajuda norte-americana a Ruanda para quase US$ 500 milhões. Ontem, cerca de 300 dos 2.500 soldados franceses que estão em Ruanda participando do esforço humanitário começaram a deixar o país. A França tem autorização das Nações Unidas para manter suas tropas em Ruanda somente até o dia 22 de agosto. Teme-se agora que cerca de 2 milhões de refugiados que estavam sob a proteção dos soldados franceses no sudoeste do país tentem fugir em direcão ao Zaire. Texto Anterior: Militante antiaborto ataca clínica da Flórida e mata duas pessoas Próximo Texto: Violência étnica mata 200 pessoas no Burundi Índice |
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