São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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PRINCIPAIS PERSONAGENS DO CASO

ORESTES QUÉRCIA
Governador paulista entre 1987 e 1991. Candidato do PMDB à Presidência. Responsável direto pelas importações, através de protocolo firmado com o cônsul de Israel em São Paulo, em 1988. Responsabilizou escalões inferiores das secretarias de governo pela compra dos equipamentos. Disse ser vítima de "calúnias".

LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO
Atual governador de São Paulo; era o secretário de Segurança Pública na época das importações de Israel para as polícias Civil e Militar. Eximiu-se de responsabilidade pelas importações, afirmando que elas foram feitas "no âmbito da polícia". Não foi denunciado no processo que corre no STJ.

LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO
Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado na época das importações para as universidades. Autorizou, em dezembro de 90, gastos sem licitação na compra de equipamentos para a USP e a Unicamp antes do parecer do consultor jurídico de sua própria secretaria, que foi contrário às importações.

JOSÉ MACHADO DE CAMPOS FILHO
Secretário da Fazenda de Quércia na época das importações. Candidato do PMDB ao Senado por São Paulo. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República junto ao STJ como responsável pelos aspectos financeiros da operação, como o pedido de ampliação dos limites de importação para as secretarias.

ARIE HALPERN
Dono da empresa Trace Trading Company, que intermediou as importações de Israel. Acusado de fraude processual (tentar conduzir resultados de perícia) no inquérito que corre na Justiça Federal. Teve prisão preventiva decretada em abril de 1993 pelo juiz Cassem Mazloum, da 4ª Vara Criminal; logo depois, obteve liminar contra a prisão.

TZVI CHAZAN
Cônsul de Israel em São Paulo em dezembro de 1988, quando foi firmado o Protocolo de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica com o governo estadual. Amigo e padrinho de casamento do então governador Orestes Quércia. Disse que o protocolo era apenas uma "carta de intenção" e negou que ele tivesse relação com as importações.

SEVERO GOMES
Secretário de Ciência e Tecnologia no início do governo Fleury. Demitiu-se em junho de 1991, afirmando ter havido fraude no caso das importações de Israel. Morreu em 12 de outubro de 1992, no mesmo acidente de helicóptero que matou Ulysses Guimarães. O helicóptero caiu no mar entre Ubatuba (SP) e Parati (RJ).

ANTÔNIO DECARO JR.
Delegado da Polícia Federal que concluiu, em fevereiro de 1992, o primeiro inquérito sobre o caso, sem indiciar ninguém. Obteve habeas corpus que o excluiu da acusação de fraude processual em inquérito na Justiça Federal. Responde à acusação de abuso de autoridade contra peritos da Polícia Federal que apontaram superfaturamento.

JOÃO CARLOS DA ROCHA MATTOS
Juiz federal da 4ª Vara Criminal em 1992. Em 22 de outubro daquele ano, remeteu os autos do processo ao Tribunal de Justiça de SP, excluindo Quércia e Fleury. Dois dias antes, ele já havia cancelado o indiciamento de Quércia no inquérito sobre a privatização da Vasp. Em janeiro de 1993, é afastado da 4ª Vara.

ARMANDO LAGANÁ
Professor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo). Fez, em 1991, as primeiras comparações de preços entre os equipamentos importados de Israel e os existentes no mercado, que indicaram sobrepreço. Afirmou que, durante as investigações, a Trace forneceu equipamentos à PF para induzir os peritos a erro.

WILSON CORRÊA LEITE
Comandante da Polícia Militar até novembro de 89. Afirmou que recebeu catálogos de equipamentos israelenses e cópias do protocolo firmado com o cônsul de Israel pelo gabinete de Quércia. O ex-governador dissera que as importações tinham sido decididas pelas secretarias de Segurança e de Ciência e Tecnologia.

ROBERTO LEAL LOBO E SILVA FILHO
Reitor da USP na época das importações. Em dezembro de 1990, às vesperas de o governo firmar contrato com a Trace para as importações para a USP e a Unicamp, expediu nota afirmando que os preços dos equipamentos de Israel eram "compatíveis", sem que nenhum professor atestasse isso.

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