São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Hospitais decidem atender só urgências

Objetivo é pressionar governo a pagar dívidas do SUS

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Os hospitais conveniados decidiram reduzir a partir de hoje o atendimento aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) para pressionar o governo federal a saldar dívidas.
Os hospitais pretendem não receber pacientes novos e só vão devem abrir exceções para casos de urgência e emergência. Os pacientes internados serão protegidos, como os que dependem de tratamento contínuo.
A decisão foi tomada ontem à noite por presidentes de 27 associações de hospitais e pela direção da Federação Brasileira de Hospitais, em João Pessoa (PB).
Segundo a federação, a dívida do governo com os 4.328 hospitais privados seria de R$ 1,2 bilhão. Os hospitais atendem 80% dos pacientes do SUS.
Os hospitais devem manter a decisão até a próxima quarta, quando se reúnem em Brasília com os ministros Henrique Santillo (Saúde) e Rubens Ricupero (Fazenda).
Segundo o presidente interino da federação, Mansur José Mansur, se o governo não decidir pagar a dívida, o atendimento pode ser interrompido por completo.
Nesta semana, a federação atrás na recomendação que pedia aos hospitais a paralisação das internações e do atendimento ambulatorial a partir do dia 1º.
Os hospitais devem enviar documento relatando a crise na saúde para o presidente Itamar Franco, pedindo que ele tome providências para evitar um colapso total.
Mansur disse que, como estão, os hospitais não têm condição de funcionar. "Os hospitais não são responsáveis pela crise", disse.

LEIA MAISSobre as verbas do SUS à página 3-3.

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