São Paulo, sexta-feira, 5 de agosto de 1994
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Argentina investiga comprador de explosivo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O empresário Nassib Haddad vai ser investigado pelo juiz encarregado do caso da bomba que destruiu a sede de duas instituições judaicas em Buenos Aires no dia 18.
Haddad comprou uma tonelada de amonal, explosivo usado no atentado, poucas semanas antes do ataque que matou 96 pessoas e deixou cerca de 230 feridos.
A Justiça pediu contas a todas as pessoas que compraram recentemente amonal –normalmente usado em demolições– no país.
Haddad havia apresentado sua documentação e sido dispensado na terça-feira.
As notas que apresentou, no entanto, davam conta de que ele revendeu 900 kg do produto. A Justiça quer saber dos outros 100 kg.
As equipes que trabalharam nos escombros concluíram que o prédio da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) e da Daia (Delegação das Associações Israelitas Argentinas) foi destruído por um carro-bomba carregado com cerca de 150 kg de amonal.
Além disso, o filho de Haddad preside uma transportadora. Há suspeitas de que um dos caminhões de sua empresa estava na frente do prédio destruído.
Autoridades argentinas não disseram se foram ou não informadas com antecedência pelo Brasil da possibilidade de um atentado.
O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Odyr Porto, disse ter sido comunicado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos de que um ataque ocorreria na América do Sul.
Uma equipe de legistas dos EUA chegou ontem a Buenos Aires para ajudar na investigação de pedaços de corpos encontrados.
A Justiça só conta como mortos os 85 cadáveres identificados. O grupo de americanos vai tentar identificar os demais.

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