São Paulo, domingo, 7 de agosto de 1994 |
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Empreiteiros apostam em 'aliados de ocasião'
XICO SÁ
A atual bancada possui cerca de 40 parlamentares. A estimativa é que a nova composição seja de 30. Na avaliação dos empreiteiros, essa redução não deve significar automaticamente perda de poder. A idéia é recorrer a parlamentares que não sejam vinculados diretamente ao setor, mas que possam ser os tais "aliados de ocasião" em votações importantes. Esse tipo de aliança, posta em prática com a poderosa máquina de lobby que reúne cerca de 40 profissionais, já foi ensaiada no ano passado, durante a votação da nova Lei de Licitações. A queda prevista do número de representantes seria resultado de dois fatores: o medo diante do financiamento das campanhas, que podem resultar em escândalos, e a falta de garantia total de que terão retorno em obras, como acontecia anteriormente. A nova Lei de Licitações adotou critérios de julgamento que valorizaram a competição entre as empresas e pelo menos reduziram as possibilidades de fraudes. Dirigentes da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) acham que estes dois fatores serão responsáveis pela redução do bolo de recursos arrecadados pelos políticos junto ao setor. A CBI aprovou, no ano passado, a divulgação dos nomes dos candidatos que receberiam dinheiro. A idéia de transparência, no entanto, ficou apenas no papel. Além dos "aliados de ocasião", os construtores pretendem reestruturar o GPE (Grupo Parlamentar de Engenharia), bancada que teve os seus melhores dias no governo Collor (90-92). "Voltaremos a ser um grupo forte", diz o deputado federal Jones dos Santos Neves (PL-ES). Neves é empreiteiro, um dos organizadores do GPE, e candidato ao Senado em seu Estado. Texto Anterior: Indústria petroquímica espera ter 12 deputados Próximo Texto: Mercadante deve estudar mais, diz FHC Índice |
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