São Paulo, segunda-feira, 8 de agosto de 1994
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Cartão de supermercado conquista mais espaço

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os cartões próprios de supermercados começam a conquistar maior espaço junto ao consumidor.
Mas há que se prestar muita atenção. Como funcionam de maneira diferente dos cartões de crédito tradicionais, o consumidor precisa estar atento para saber quando deve utilizá-lo.
Nem sempre esse instrumento de compra pode ser a melhor opção –boa parte dos supermercados cobram encargos financeiros a partir do dia da compra.
Na busca de não perder a fidelidade de seus consumidores, o Pão de Açúcar, por exemplo, acaba de gastar US$ 1 milhão no relançamento do SpecialCard, válido para compras em cinco redes do grupo.
O cartão já existia há mais de dez anos. "Ele foi reposicionado para funcionar como um cartão preferencial", explica Ana Maria Diniz, 33, diretora de marketing.
As compras com cartão representam hoje menos de 10% do faturamento da rede (US$ 2 bilhões). A expectativa é grande. A diretora diz que as compras com o SpecialCard deverão atingir 20% do total até o final de agosto.
O objetivo do relançamento é oferecer mais vantagens aos seus clientes. Uma delas é não exigir documentos na hora de pagamento com cheque. Outra: financiar a compra –há cobrança de juros mensais, é claro.
O cartão traz diferenciais. Um deles funciona como o sistema de milhagem das companhias aéreas: quanto mais compras se faz na rede, mais pontos se acumula. Esses pontos dão direito a bônus.
Compras acima de R$ 150 dão 15 pontos (um prêmio de R$ 3). Compras acima de R$ 2.000 dão direito a uma cesta com produtos nacionais e importados.
Calcula-se que até o final de agosto 1,5 milhão de pessoas irá possuir esse cartão. O objetivo, diz Ana, é atingir 3 milhões de pessoas até dezembro.
O Pão de Açúcar também está investindo na implantação da transferência eletrônica de fundos –sistema de pagamento com o qual o consumidor utiliza seu cartão eletrônico de banco para pagar a conta. O desconto ocorre no dia seguinte.
As lojas automatizadas, até o final de setembro, deverão ter o sistema (Bradesco, Itaú e Banco 24 Horas).
Luiz Veríssimo, 33, diretor de marketing do Grupo Eldorado, diz que o uso do cartão próprio –lançado no final de 92– deve aumentar com a chegada do real, embora não tenha havido aumento significativo depois de 1º de julho.
Perto de 20% das vendas das oito lojas de hipemermercados Eldorado vêm das vendas com cartão. As vendas das três lojas de São Paulo representam entre 10% e 12%. Até o final do ano, espera, a participação do cartão no faturamento deve subir para 25%.
Uma das vantagens do Cartão Eldorado sobre seus concorrentes é que a empresa só cobra encargos a partir do oitavo dia da compra –ou seja, o consumidor tem sete dias corridos nos quais pode aumentar seu dinheiro em alguma aplicação financeira.
Veríssimo diz que hoje existem 167 mil portadores do seu cartão. Até o final do ano deverão somar mais de 250 mil.
A rede Paes Mendonça não tem estatísticas de quanto é a fatia formada pelas vendas com seu cartão dentro do bolo total das vendas. "Mas o cliente que tem esse instrumento de pagamento encontra rapidez e agilidade na hora das compras", diz Nelson Veiga, 66, diretor de assuntos corporativos.
A transferência eletrônica de fundos já está em funcionamento na loja do Morumbi, zona sul de São Paulo. Estará funcionando na unidade da Penha (zona leste) até o final do ano. Outras cinco lojas do Rio têm projeto em andamento.

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