São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Laudo acha cocaína no corpo de Ariosto

MÁRCIA MARQUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os médicos do Instituto Médico Legal de Cartagena encontraram vestígios de cocaína nas vísceras, rins, fígado e bílis do sobrinho do presidente Itamar Franco, Ariosto Franco.
Segundo laudo ditado por telefone à Folha por Oscar Prada, que é fiscal (procurador) da Fiscalía General (espécie de Procuradoria), o infarto que matou Ariosto "pode ter sido produzido por ingestão de cocaína, como mostram exames do laboratório de toxicologia".
O laudo do instituto foi enviado à Fiscalía, que é o órgão responsável pelas investigações, no dia 7 de julho.
O diretor do Instituto, Germán Vanegas, que revisou o laudo, disse à Folha por telefone que os resultados seriam encaminhados ao governo brasileiro.
A conclusão diz que "adulto do sexo masculino faleceu por arritmia cardíaca que pode ter sido produzida por ingestão de cocaína".
Quando Ariosto morreu, os médicos responsáveis pelos exames do corpo pediram as análises das vísceras porque consideravam que havia suspeita de que o infarto tivesse como causa a ingestão de drogas, medicamentos ou veneno.
Ariosto passou mal durante a noite e chegou a ser atendido pelo médico particular do presidente, Saulo Moreira, com quem dividia o quarto no hotel Caribe.
A descrição do exame do corpo informa que não há sinal externo de violência nem de qualquer outro tipo de alteração.
Arritmia
A conclusão diz que o "adulto do sexo masculino faleceu por arritmia cardíaca que pode ter sido produzida por ingestão de cocaína".
O resultado dos exames informa ainda que "na mostra de sangue não se encontrou álcool".
O diretor do IML não quis confirmar o resultado dos exames, justificando que deveria manter sigilo e que o documento havia sido enviado à Fiscalía.
Ariosto morreu em Cartagena de Indias (norte da Colômbia), dia 15 de junho.
Com a morte do sobrinho, o presidente Itamar Franco cancelou sua viagem à Colômbia, onde participaria do encerramento da "4ª Conferência Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo".
Com agências internacionais

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