São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Santillo afirma que governo tem como pagar SUS

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde Henrique Santillo disse ontem que o governo tem como pagar os hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo ele, "basta boa vontade" da área econômica.
Santillo propõe a utilização de R$ 600 milhões destinados ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e a obtenção de um empréstimo de R$ 500 milhões junto a um banco oficial, além de recursos do Tesouro.
Com R$ 1,1 bilhão a mais, a área econômica elevaria os repasses mensais para o setor de saúde de R$ 400 milhões para R$ 620 milhões, segundo Santillo.
O ministro da Saúde disse que espera resolver a crise dos hospitais nesta semana. Ele apresentou a sua proposta ao presidente Itamar Franco e ao ministro Rubens Ricupero, ministro da Fazenda, na última terça-feira.
O Codefat (Conselho Deliberativo do FAT) já aprovou o adiamento do pagamento de empréstimo contraído pelo Ministério da Saúde junto ao Fundo. Itamar assinou medida provisória (MP) que protela o pagamento para junho de 95. O prazo venceu em julho último.
A área econômica vê dificuldades de uso dos R$ 600 milhões de verba do Orçamento da Saúde, retida para pagar o Fundo, antes da aprovação da MP pelo Congresso.
O ministro da Saúde disse ontem que há alternativas jurídicas para liberação do dinheiro. Entre elas, estaria um parecer favorável da Advocacia Geral da União.
Santillo estava exigindo o repasse mensal de R$ 800 milhões, dos quais R$ 600 milhões seriam transferidos aos 6.134 hospitais conveniados. Ontem, disse que pode receber R$ 620 milhões mensais.
O governo só pagou R$ 270 milhões da dívida total de R$ 506 milhões, junto aos hospitais conveniados, referente ao mês de junho.
Os 230 hospitais particulares de Pernambuco conveniados ao SUS reduziram ontem o atendimento em 30%. A estimativa é do Sindicato dos Hospitais do Estado.
Segundo o sindicato, a medida foi tomada em protesto contra o atraso no pagamento dos serviços. A redução não afetou o atendimento de emergência. A secretaria de Saúde não avaliou o movimento.

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