São Paulo, terça-feira, 9 de agosto de 1994
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Comissão diz que Teixeira forçou liberação de bagagem

LILIANA LAVORATTI ; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, está sendo acusado de ser o responsável pelas pressões que resultaram na liberação do excesso de bagagem da seleção brasileira de futebol e de sua comitiva.
Esta é a conclusão do relatório preliminar da comissão de sindicância criada pelo ministro Rubens Ricupero (Fazenda) para apurar os responsáveis pela liberação das bagagens dos jogadores e comitiva.
Se ficar confirmada a culpa de Ricardo Teixeira no episódio, ele poderá ser processado na Justiça.
O relatório foi entregue a Ricupero na última quinta-feira. O ministro pediu que a comissão detalhasse melhor alguns de seus aspectos, mas já fez um relato ao presidente Itamar Franco sobre o conteúdo do documento.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, procurado pela Folha ontem às 19h, não quis atender o telefone. Segundo um funcionário da casa, o dirigente alegou falta de tempo devido a um compromosso e saiu em seguida.
Teixeira foi responsabilizado nos mais de dez depoimentos já prestados aos três integrantes da comissão de sindicância.
O dirigente é acusado de ter quebrado um acordo prévio com a Receita Federal, que previa a liberação, na hora do desembarque no aeroporto do Rio de Janeiro, apenas da bagagem de mão.
O restante seria liberado no dia seguinte, depois da fiscalização.
Pelos depoimentos, Teixeira é suspeito de ter incentivado jogadores e torcedores a não aceitarem a retenção da mercadoria trazida dos EUA.
A comissão já concluiu que o valor do Imposto de Importação devido pelos 102 passageiros do avião que trouxe a comitiva é bem inferior a US$ 1 milhão, valor estimado inicialmente.
Dentro da Receita Federal, outro grupo está estudando como receber o dinheiro não recolhido.

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