São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 1994
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Mercado futuro aposta em juro mais alto

<PW:POPUP,2,0.5>FUTAMI JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

O mercado financeiro está convencido de que o Banco Central (BC) vai usar a taxa de juros para tentar controlar o aumento do consumo e o comportamento dos agregados monetários (emissão de reais). A dúvida é se uma elevação de 0,5% –que daria manchete nos jornais de países do Primeiro Mundo– conseguiria sensibilizar o brasileiro, acostumado com taxas nominais na casa dos 50%.
Em resumo: a taxa de juros do over, segundo o mercado, vai permanecer no mesmo nível até o final do mês. Até uma semana atrás prevalecia a aposta na continuidade da queda dos juros.
A nova avaliação acabou produzindo um volume recorde de negócios no mercado futuro de DI (mercado de um dia dos negócios feitos com títulos privados): R$ 574 bilhões. As projeções subiram para taxas efetivas de 4,08% para este mês e 3,59% em setembro.
O dólar teve nova alta no dia de ontem. Os bancos que estavam vendidos (apostando na queda) decidiram realizar o lucro (comprando dólares). Outra novidade: a alta acabou deixando os exportadores mais retraídos e provocou uma queda na diferença entre exportações e importações. Nos últimos dois dias, os exportadores responderam por uma média diária de US$ 135 milhões, contra US$ 115 milhões dos importadores. Mas a tendência ainda permanece sendo de queda –provavelmente a partir de terça-feira.
Nas Bolsas, o vencimento do índice, marcado para a próxima terça-feira, prevaleceu sobre as pesquisas eleitorais.(JCO)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,114% no último dia 9. A taxa média do over, segundo o mercado, foi de 5,29% ao mês, o que significou rentabilidade diária de 0,18%. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa oscilou de 5,28% ao mês a 5,33%. Para instituições de segunda linha, o juro chego até a 5,5%.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 4,6482% no dia 12. As taxas dos CDBs prefixados para 30 dias variaram, para grandes quantias, entre 46,5% e 47,9% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa oscilou de 5,30% a 5,35% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas ficaram entre 47,50% e 55% ao mês.

No exterior
Prime rate: 7,25%. Libor: 5,2500%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 44.637 pontos com baixa de 1,09% e volume financeiro de R$ 335,13 milhões, contra R$ 365,17 milhões no pregão anterior. Rio: baixa de 2,0% (I-Senn), fechando com 17.204 pontos e volume financeiro de R$ 78,077 milhões, contra R$ 62,647 milhões no pregão anterior.
Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.750,90 pontos, contra 3.766,76 pontos no pregão anterior. O índice Financial Times em Londres fechou a 2.460,50 pontos, contra 2.478,20 no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.821,36 pontos, contra 20.770,25 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,897 (compra) e R$ 0,898 (venda). Sgundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado por R$ 0,892 (compra) e R$ 0,894 (venda). "Black": R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). "Black" cabo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,920 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,88 (compra) e R$ 0,91 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,64%, fechando a R$ 11,06 o grama na BM&F, movimentando 4,1 tonelada, contra 1,56 tonelada no dia anterior.
No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada ontem a US$ 1,5490. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5775 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 101,30 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 378,70.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para agosto fechou a 4,08% ao mês, a 3,59% para setembro. O volume negociado foi recorde: R$ 574 bilhões.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,916 para 31 de agosto, R$ 0,936 para 30 de setembro.
O índice Bovespa no mercado futuro foi cotado a 45.300 pontos para 17 de agosto.
O índice Bovespa no mercado futuro para outubro fechou a 48.400 pontos com valorização de 5,81%.

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