São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 1994
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Taxa de juro pressiona os custos, dizem empresários

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo otimista com a nova moeda, o empresário industrial paulista continua apontando os juros como o vilão do Plano Real.
Segundo a sondagem da Fiesp, 68% das empresas apontaram os juros como a maior pressão nos custos na passagem do cruzeiro real para o real.
Para pouco mais de três quartos das empresas (78% da amostra) não será possível reduzir os preços de seus produtos com a queda prevista de 8% para 4%, ao mês, da taxa de juros em agosto.
Entre as empresas (22%) que acreditam ser possível baixar os preços de seus produtos, a redução em média é de 6,5% para o total, 10% nas micro e pequenas, 4,5% nas médias e 2% nas grandes empresas.
Apesar do nível elevado dos juros, as indústrias já começam a falar em novos investimentos, segundo Horácio Lafer Piva.
"Se o governo conseguir apontar para a estabilidade definitiva da moeda, com a adoção das reformas estruturais na quarta fase do Plano, os investimentos voltarão em níveis significativos para a criação de novos empregos".
Ele disse que o otimismo é maior nos setores de eletrodomésticos, autopeças e alimentos. "Esses setores estão começando a formar estoques na crença de que existe um clima mais positivo para o Natal", afirmou.
A indústria espera um aquecimento modesto do consumo por causa da volta das vendas financiadas e manutenção do poder de compra dos salários com os dissídios coletivos de fim de ano.
A sondagem mostra que a maior alteração com a entrada do real foi na margem de lucro. Mais da metade das empresas (58%) diminuiu sua margem de lucro.
O controle dos gastos do governo, apontado por quase todas as empresas (98%), é o ponto considerado como "muito importante" para o sucesso do Plano Real.
Outros pontos relevantes para o sucesso do Plano Real são controle da moeda em circulação (88% das respostas) e sucessão presidencial (70%).

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