São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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Saiba o que é o consenso

FERNANDO DE BARROS E SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A expressão "Consenso de Washington" foi cunhada em novembro de 1989 pelo economista inglês radicado nos EUA John Williamson, 57, do Institute for International Economics, uma espécie de laboratório ideológico afinado com o governo norte-americano.
A expressão resume a estratégia de ajuste das economias periféricas, chancelada pelo FMI e pelo Banco Mundial (Bird), com o objetivo de inseri-las no que o ex-presidente Reagan chamou de "nova ordem internacional".
A receita de estabilização preconizada pelo Consenso de Washington, hoje seguida por mais de 60 países em todo o mundo, prevê três etapas complementares:
1) Estabilização macroeconômica, tendo como prioridade o superávit fiscal e a reestruturação dos sistemas de previdência pública;
2) realização das reformas estruturais, envolvendo privatizações, liberalização financeira e comercial (redução da atividade normativa do Estado na economia) e desregulamentação de mercados (abertura ao capital estrangeiro);
3) retomada dos investimentos para alavancar um novo ciclo de crescimento econômico.
Wiliamson forjou a expressão durante um seminário convocado pelo governo norte-americano destinado à discussão das políticas de ajuste na América Latina. O Brasil foi representado pelo ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira.

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