São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994 |
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Tratamento envolve participação da família
JAIRO BOUER
Segundo Lucinda Trigo Osmo, psiquiatra e coordenadora da Clínica Conviver, o esquizofrênico tem dificuldade em realizar atividades habituais e medo de enfrentar novas situações. A capacidade de se relacionar com as outras pessoas fica comprometida. Após as crises, o paciente fica apático, desinteressado e sem flexibilidade para lidar com seus afetos. Esses sintomas são pouco atacados pelas medicações. A abordagem psicossocial dá autonomia, confiança e capacidade resolutiva aos pacientes. Psicoterapia e atividade ocupacional são os instrumentos mais empregados. A psicoterapia ajuda o paciente a reconhecer e lidar com suas sensações e sentimentos. Ele passa a conviver melhor com as pessoas e com o ambiente. Ter uma ocupação é outra fonte importante de estímulos. Trabalho, atividade física e terapia ocupacional são algumas das alternativas. A família deve ser esclarecida a respeito da doença e treinada para incentivar e lidar com o paciente. Lucinda afirma que muitas famílias se mobilizam apenas nos momentos de crise (quando aparecem sintomas como alucinações, agressividade ou delírios). Fora desse período, elas tendem a se acomodar à inércia e à inatividade do paciente. "Esse ciclo deve ser quebrado", diz Lucinda. Um estudo realizado há alguns anos no Hospital das Clínicas da USP comparou dois grupos de pacientes internados submetidos a formas distintas de tratamento. O primeiro grupo tomava apenas medicamentos. O segundo utilizava uma combinação de psicoterapia, terapia ocupacional, trabalho familiar e medicamentos. Os pacientes do segundo grupo ficaram internados por menos tempo, precisaram de doses menores de medicamentos e tiveram menos recaídas.(JB) Texto Anterior: Clozapina diminui resistência Próximo Texto: Pediatras desfazem mitos sobre crianças ; Remédio popular tem comprovação científica ; Fragmentar pedra nos rins tem risco calculado Índice |
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