São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 1994
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A era dos festivais está de volta agora

ANDRÉ FORASTIERI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Festivais são legais. É onde aparecem novidades, onde gente emergente se afirma. O único problema é aguentar o tranco de ficar umas dez horas seguidas assistindo os shows. E não é nem uma questão de idade, é uma questão de quilometragem.
Começando pelo começo. Hoje é o último dia do festival GHRIF, aquele em Belo Horizonte que reúne um monte de bandas brasileiras e gringas e que você, leitor atento desta coluna, já está sabendo tudo a respeito.
Queria ir, não fui, não deu, outros foram e estão trazendo notícias fresquinhas –inclusive a MTV, que foi esperta, mandou duas equipes para lá e certamente vai montar um especial sobre o evento.
São Paulo pega um pouco das rebarbas com shows do Anathema e do Fugazi –este, agora no dia 20.
Outro festival é o Juntatribo, aquele que rola em Campinas juntando um monte de novidades. Foi adiado por causa de uma greve na Unicamp. Ficou para setembro e já está com a escalação completa.
Dia 16 tocam No Class, Concreteness, Resist Control, Anarchy Solid Sound, Garage Fuzz, Beach Lizzards, IML, Pinheads e Cervejas.
Dia 17 é a vez de Loop B, Adventure, Brincando de Deus, Pelvs, Oz, Killing Chainsaw, Magog, Drivellers e Wry.
Fechando, dia 18, estão Daizy Down, Planet Hemp, Câmbio Negro, Língua Chula, Virna Lisi, Boi Mamão, Little Quail, Relespública e Lucrezia Bórgia.
É uma grande escalação, e mais variada que ano passado –tem lá seus eletrônicos, hip-hoppers e abrasileirados no meio de um dilúvio de guitarras.
Enfim, Monsters Of Rock. Com apoio peso-pesado da Philips, o que é um ótimo sinal. Se fosse um patrocinador qualquer, era diferente –se o evento esse ano não fosse espetacular em termos de retorno, ano que vem podia não rolar.
Mas a Philips é dona da Polygram, que é dona de um monte de outros selos. Então, tem uma amarração perfeita aí. Se você não sabe, Kiss e Slayer são contratados da Polygram.
Melhor ainda, os promotores do show se deram ao trabalho de escalar quatro bandas brasileiras para o espetáculo. Antigamente não tinha essa moleza não. Também, nem tinha bandas de padrão internacional para abrir para os gringos. Dr. Sin, Angra, Viper (e Raimundos!) são outro departamento. Seguram show em qualquer canto do planeta.
Heavy metal tradicional com voz fininha nem faz muito meu gênero, mas que esses brazucos são profissionais é inegável. E os Raimundos, você já sabe: são de casa. A única bola fora é o Sabbath com esse cantorzinho caído aí, mas tudo bem.
Saindo dos festivais de bandas, entramos num festival de formatos. Não bastasse a muita grana que já somos obrigados a gastar com discos, CDs, cassetes, home vídeos e o diabo, lá vem a indústria fonográfica inventar mais um formato para a gente se viciar: o CD-Rom.
A primeira gravadora a a entrar pesado no jogo do CD-Rom aqui no Brasil é a BMG-Ariola. A empresa já tem um departamento de multimídia em ação por aqui e promete para daqui a pouco seus dois primeiros lançamentos: "Jump", em que entre outras coisas você pode montar sua própria versão daquele clipe do David Bowie, e o jogo "The Horde".
Vem mais por aí.

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