São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 1994
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Exposições chegam em setembro e outubro

SÉRGIO AUGUSTO
DA SUCURSAL DO RIO

Nos últimos dez anos, Antonio Dias fez 21 exposições em quatro países da Europa, 11 no Brasil e uma na Ásia (Taiwan). Uma senhora performance. "Nos próximos dois, três meses, farei mais meia dúzia, quase que simultaneamente, aqui e na Europa", informa o artista, sem o menor travo triunfalista. Modesto, não menciona de moto próprio o livro que o alemão Klaus Wolbert escreveu a respeito de sua obra e que sairá pela editora Cantz, notória por seus ensaios sobre Picasso, Klee, Duchamp e outros faróis da modernidade.
Wolbert dirige o Instituto Mathildehoehe, de Darmstadt, que, a partir de 25 de setembro, abrigará uma panorâmica da obra de Dias de 1977 até hoje. No mesmo dia, no Rio, a galeria Paulo Fernandes inaugura a série de pinturas sobre papel contrapondo (ou aglutinando) a selva brasileira e a barbárie na Bósnia. Antes, mais exatamente a 3 de setembro, várias telas, também recentes, serão apresentadas pela galeria Pablo Staehli ao público de Zurique, na Suíça.
Outubro foi reservado para a paulicéia. Na Bienal (da qual o artista não participava desde 1981), terá quatro trabalhos: três pinturas em grafite com inscrições em ouro e cobre, que compõem a série "Corpos", e mais quatro telas ("Diapasão", "Independent Heart", "Generator" e outra sem título) já exibidas na Europa. Para a mostra do Paço das Artes, escolheu 50 obras do período 1977-1993, em papel e tela. "Esta começa no dia 12 de outubro e apresentará uma série de trabalhos de dimensão grande que nunca pude expor em galerias brasileiras."
Levando muita fé na repercussão internacional da Bienal, Dias considera o momento atual das artes plásticas brasileiras talvez o mais privilegiado de sua trajetória. Não aqui, lá fora.
"Aqui é uma lástima. Mas lá fora há um interesse muito forte pela nossa produção, sobretudo na Europa. As artes plásticas brasileiras estão vivendo a sua fase bossa nova. Seria conveniente aproveitá-la, ampliando a sua representação no exterior. Apesar da atenta e intensa cobertura da imprensa brasileira, nosso mercado de artes plásticas ainda atua com muita timidez. As galerias deveriam ser mais ousadas e investir para valer na promoção de seus artistas no exterior."(SA)

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