São Paulo, sexta-feira, 19 de agosto de 1994
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Fleury adia projeto das escolas-padrão

PAULO SILVA PINTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Luiz Antonio Fleury Filho afirmou ontem, durante inauguração de escola em Ribeirão Pires (ABCD), que vai possibilitar a seu sucessor transformar 75% das escolas da rede estadual em "padrão" em 1995.
Quando o projeto foi lançado, em 91, a promessa era de que até o fim do governo todas as escolas da rede estadual (hoje, 6.713) seriam transformadas em padrão.
Em três anos e meio de governo, Fleury incluiu 25% das escolas no projeto de escolas-padrão.
Fleury afirmou que o projeto de orçamento para 95 –que será enviado à Assembléia Legislativa até 30 de setembro– vai assegurar recursos para atingir esse objetivo.
Conhecido como "Programa de Reforma do Ensino Público do Estado de São Paulo", o projeto prevê melhorias como adicional de 30% no salário dos professores, biblioteca com mil livros, microcomputador e três turnos de aulas.
O secretário estadual da Educação, Carlos Estevam Martins, 59, afirmou ontem que ainda não tem conhecimento da proposta feita anteontem pelo governador.
Mas segundo Martins, uma equipe da Secretaria de Educação está em contato com a Secretaria de Planejamento, que elabora o projeto de orçamento.
No dia 8 de novembro de 93, Martins disse que não haveria novas escolas-padrão neste governo. No dia seguinte, afirmou que havia sido mal compreendido.
A Folha apurou na época que Martins havia recebido um telefonema do governador Fleury reprovando sua afirmação.
Em 93, o ex-secretário da Educação Fernando Morais demitiu-se do cargo em setembro afirmando que não haveria dinheiro para cumprir as metas do programa.
Na gestão de Morais 1.358 escolas foram transformadas em padrão. Depois disso, mais 256 tornaram-se escolas-padrão.
Depois, o presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, Mauro Bragato (PMDB), disse ser a favor do projeto das escolas, "embora tenha sido mantido à margem dele".
O deputado disse também desconhecer as propostas para o orçamento do próximo ano.
O presidente da Comissão de Orçamento da Assembléia, deputado Jaime Gimenez (PMDB), não foi encontrado ontem pela Folha.
Segundo sua assessoria, ele estava em campanha no interior.

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