São Paulo, sábado, 20 de agosto de 1994
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Advogado do Chacal diz que a França planejou seu assassinato

ANDRÉ LAHOZ
DE PARIS

Carlos, o Chacal, o terrorista mais procurado dos últimos anos e atualmente preso em Paris, está se tornando coadjuvante em seu processo judicial.
Seu advogado de defesa, Jacques Vergès, acusou a França de querer matá-lo no início da década de 80. Segundo ele, seu nome teria estado em uma lista de pessoas a serem eliminadas pela polícia secreta francesa.
A lista teria sido apresentada ao presidente François Mitterrand, que "após muito refletir", abandonou a idéia dos crimes.
"Mais tarde, uma segunda lista, mais restrita, foi apresentada, e dessa vez a resposta foi afirmativa", contou ontem Vergès.
Segundo o advogado, a França só não o matou porque "seria muito visível", uma vez que sempre esteve muito em evidência.
"O projeto original era um atentado no exterior, feito para que pensassem que era caso pessoal."
"Quem me contou foi Paul Barril, ex-membro da célula antiterror francesa, o responsável pela minha morte", disse.
Sobre a acusação de que teria pertencido ao grupo do Chacal, disse que o governo francês o procurou para pedir que atuasse como intermediário com o Chacal.
Nessa época, o Chacal estava ameaçando a França pela prisão de sua ex-mulher, Magdalena Kopp.
Vergès disse à Folha que Carlos se diverte com toda a confusão. "Daqui a pouco eu estarei solto e você preso. Prometo que te trarei laranjas", teria dito o Chacal.

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