São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Delfim, programa é eleitoreiro

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Economistas ligados ao PT e ao PMDB consideram o Plano Real recessivo e apontam as razões: arrocha salários, inibe investimentos com os juros altos, atrapalha exportações com o real valorizado e aprofunda a má distribuição de renda.
Nesse ambiente, acreditam esses economistas, a inflação, provisoriamente derrubada, acaba voltando, pois os empresários se defenderão da incerteza com aumento das margens de lucro e de preços.
Isso exacerbará o conflito distributivo, e mais cedo ou mais tarde, obrigará a reajustes salariais, reanimando-se a indexação. O país terá nova inflação, com os trabalhadores mais pobres, tal é o destino previsto.
Economistas mais conservadores, como o deputado Delfim Netto (PPR-SP), acham que o plano não é nada mais senão outro "estelionato eleitoral" –ou seja, um truque para funcionar até eleger Fernando Henrique Cardoso.
Seria como em 1986, quando o Plano Cruzado morreu dias depois de dar ampla vitória eleitoral ao PMDB. Com uma diferença, explica Delfim Netto, autor da expressão "estelionato eleitoral".
Em 1986, o PMDB não teve nada a ver com o plano. Pegou o bonde andando. Neste ano, o PSDB fez a coisa mais completa, construiu o bonde, comenta Delfim.
(CAS)

Texto Anterior: RAIO X
Próximo Texto: Folha esgota em quase todas as bancas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.