São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994 |
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Governo se prepara para minimizar estouro
GUSTAVO PATÚ
No Banco Central, a intenção é evitar um efeito psicológico negativo caso o volume de emissão ultrapasse os R$ 7,5 bilhões, na média de julho a setembro, previstos na MP (medida provisória) do real. O procedimento legal para a hipótese de descumprimento do limite está previsto na medida provisória que regulamentou o real. Neste caso, o CMN (Conselho Monetário Nacional) elevaria a meta para R$ 9 bilhões, como permite o Plano Real. O presidente do BC, Pedro Malan, pretende dizer que um eventual estouro desse limite é "natural", e se deve "à confiança da população na nova moeda". Mas quando o Plano Real foi lançado há um mês, a criação de limites de emissão foi anunciada como um dos pontos-chave do plano –era o que a equipe chamava de âncora monetária. Reservadamente, técnicos do BC consideram que a fixação de limites foi uma aposta de risco, porque não havia critérios confiáveis para prever o grau de monetização. Antes do lançamento da nova moeda, a equipe pensou em deixar as metas de emissão fora da MP. Os limites acabaram incluídos em lei para dar uma mostra de segurança da equipe. Na semana passada, chegou a circular a proposta de retirar as metas monetárias da próxima versão da MP do real, que terá de ser reeditada em setembro. Mas é pouco provável que a idéia venha a ser encampada pela equipe. A expansão do volume de dinheiro na economia está associada ao crescimento do consumo. O temor é de que o aumento das vendas acabe gerando pressões sobre os preços, como ocorreu no Plano Cruzado (1986). Para deter esse efeito, a equipe econômica começou a discutir medidas de restrição ao consumo e à emissão de reais. É pouco provável que tais providências sejam adotadas de imediato, enquanto não há sinais de alta inflacionária. Texto Anterior: Polícia teme atentado contra presidentes Próximo Texto: Embraer paga salário Índice |
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