São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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FHC promete investir R$ 70 bi em 4 anos

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a presidente pela coligação PSDB-PFL-PTB, Fernando Henrique Cardoso, pretende investir R$ 70 bilhões no setor de infra-estrutura, caso seja eleito.
A promessa foi feita ontem por Paulo Renato Souza, coordenador de seu programa de governo. O valor será investido durante os quatro anos de administração.
A aplicação dos R$ 70 bilhões foi definida durante reunião realizada ontem entre FHC e a equipe que está elaborando seu programa de governo. Foram mais de dez horas de reunião.
O programa de governo de FHC está atrasado. Ao contrário de outros candidatos presidencias, FHC teve sua candidatura homologada sem que seu programa estivesse pronto.
A reunião de FHC com sua equipe de programa de governo foi iniciada às 10h30. Às 13h30, Paulo Renato deu entrevista sobre o plano.
Os R$ 70 bilhões representam um dos maiores investimentos já feitos em infra-estrutura no país. O valor equivale a pouco mais de um sexto dos US$ 440 bilhões do PIB de 1993.
Esse volume de investimento representa ainda dois terços dos R$ 103 bilhões previstos para o orçamento do governo federal para 1995. Se eleito, FHC trabalhará com esse orçamento.
Mas os R$ 70 bilhões, segundo a assessoria de FHC, terão pelo menos cinco fontes de recursos. O primeiro deles é o próprio orçamento. O segundo será o dinheiro arrecadado com as privatizações.
Integram ainda a fonte de recursos de FHC a parceria com o setor privado para grandes obras, empréstimos externos e internos, além de investimentos do Banco Mundial e o de Desenvolvimento.
Como investimentos de infra-estrutura, entende-se construção de estradas e escolas, saneamento, energia elétrica e telecomunicações. O plano beneficia empreiteiras.
O detalhamento do programa de governo será conhecido esta semana. Inicialmente, será distribuído um folheto com as cinco metas prioritárias da proposta.
Depois, serão distribuídas cartilhas sobre cada uma dessas metas –emprego, segurança, saúde, educação e agricultura. Por último, sairá um livro de 170 páginas com o programa global.
Um dos itens do programa é a reforma de Estado que FHC pretende fazer. Mas Paulo Renato negou que faça parte do plano a substituição dos quatro atuais ministérios militares pelo Ministério da Defesa.
Paulo Renato disse que FHC ficou "muito bem-humorado" com seu novo crescimento na pesquisa do Datafolha. Anteontem, o candidato disse que iria continuar trabalhando como se a decisão fosse no segundo turno.

Além de FHC e Paulo Renato, também participaram da reunião de ontem o sociólogo Luciano Martins, o presidente do Centro Brasileiro de Análise e Pesquisa (Cebrap), Vilmar Faria, o advogado Miguel Reale Júnior e duas assessoras de Paulo Renato na comissão de programa de governo –Ana Maria Almeida e Heloísa Camargos.

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