São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994 |
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Objetivo era reduzir custos
ARTHUR PEREIRA FILHO
As duas montadoras acumulavam prejuízos em suas operações no Brasil. As previsões indicavam mais resultados negativos nos anos seguintes. As matrizes das duas fábricas não estavam dispostas, naquele momento, a fazer grandes investimentos no Brasil. A Ford chegou mesmo a estudar a possibilidade de encerrar as atividades no país. Com a fusão, as montadoras puderam, além de enxugar o quadro de funcionários, eliminar níveis hierárquicos, adiar investimentos em novas plataformas e motores. As montadoras passaram a utilizar plataformas comuns para a produção de seus carros. A Ford conseguiu utilizar os motores da Volks em seus veículos. E a Volks, além de ganhar uma pista de testes, em Tatuí (SP), teve à sua disposição a plataforma do Escort para fabricar os carros médios da marca. O modelo de gestão empregado na nova empresa foi o existente na Ford. A Volkswagen assumiu a direção da engenharia. A Ford ficou com finanças, recursos humanos e o setor jurídico. A fusão, considerada uma boa solução na época, atingiu alguns dos seus objetivos. O número de funcionários caiu de 65 mil para os 47 mil atuais. Mas não impediu a perda de participação de mercado das duas fábricas. Detinham cerca de 60% do mercado quando se juntaram. Hoje, oscilam em torno de 50%. Um dos maiores problemas enfrentados pelas duas redes de concessionários foi a perda de identidade. "Os consumidores da Volks e da Ford são diferentes e não aceitaram os produtos híbridos", diz João Cláudio Guimarães, presidente da Assobrav (associação dos revendedores Volkswagen). Os revendedores apontam o Apolo e o Versailles como exemplos de produtos que fracassaram. Outro motivo para a queda de participação da Autolatina foi a demora em entrar no mercado do carro popular. A Fiat, que entrou na frente, ganhou mercado. (APF) Texto Anterior: Rede pressiona holding Próximo Texto: Ciclo sobre qualidade total prossegue hoje Índice |
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