São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Objetivo era reduzir custos

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a criação da Autolatina, em 1º de julho de 1987, a Volkswagen e a Ford queriam reduzir custos e racionalizar a produção.
As duas montadoras acumulavam prejuízos em suas operações no Brasil. As previsões indicavam mais resultados negativos nos anos seguintes.
As matrizes das duas fábricas não estavam dispostas, naquele momento, a fazer grandes investimentos no Brasil. A Ford chegou mesmo a estudar a possibilidade de encerrar as atividades no país.
Com a fusão, as montadoras puderam, além de enxugar o quadro de funcionários, eliminar níveis hierárquicos, adiar investimentos em novas plataformas e motores.
As montadoras passaram a utilizar plataformas comuns para a produção de seus carros.
A Ford conseguiu utilizar os motores da Volks em seus veículos. E a Volks, além de ganhar uma pista de testes, em Tatuí (SP), teve à sua disposição a plataforma do Escort para fabricar os carros médios da marca.
O modelo de gestão empregado na nova empresa foi o existente na Ford. A Volkswagen assumiu a direção da engenharia. A Ford ficou com finanças, recursos humanos e o setor jurídico.
A fusão, considerada uma boa solução na época, atingiu alguns dos seus objetivos. O número de funcionários caiu de 65 mil para os 47 mil atuais.
Mas não impediu a perda de participação de mercado das duas fábricas. Detinham cerca de 60% do mercado quando se juntaram. Hoje, oscilam em torno de 50%.
Um dos maiores problemas enfrentados pelas duas redes de concessionários foi a perda de identidade. "Os consumidores da Volks e da Ford são diferentes e não aceitaram os produtos híbridos", diz João Cláudio Guimarães, presidente da Assobrav (associação dos revendedores Volkswagen).
Os revendedores apontam o Apolo e o Versailles como exemplos de produtos que fracassaram.
Outro motivo para a queda de participação da Autolatina foi a demora em entrar no mercado do carro popular. A Fiat, que entrou na frente, ganhou mercado.
(APF)

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