São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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KISS

GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 12 anos o Kiss, uma lenda viva do rock mundial, volta a se apresentar no Brasil.
O grupo toca neste sábado no Philips Monsters of Rock, festival que conta também com a participação de Black Sabbath, Slayer e Suicidal Tendencies.
O festival foi criado em 1980, na Inglaterra, e se tornou uma tradição européia. A primeira versão brasileira tinha que contar com o Kiss –um monstro quase sagrado que tem milhares de fãs no país.
O grupo se formou no início da década de 70 e fez um show histórico no Maracanã em 1982, o último da fase em que usavam máscaras de maquiagem.
São desta época as clássicas "Rock And Roll All Nite" e "Detroit Rock City", que não devem faltar no show –"uma noite muito, muito louca", segundo o cantor e compositor Paul Stanley, fundador da banda ao lado de Gene Simons.
Interrompendo um ensaio para o show em Los Angeles, Paul falou à Folha por telefone.

Folha - Como o Kiss está se sentindo em relação ao Brasil?
Paul Stanley - Estamos loucos para ir. Faz muito tempo desde a última vez, em 1982. Foi ótimo, mas o mundo é grande e temos que ir a muitos lugares.
Folha - A agenda de vocês é tão lotada que não houve nenhuma oportunidade em todos estes anos?
Stanley - Como eu disse, o mundo é muito grande. Por exemplo, nós não vamos a Austrália desde 1980. Voltaremos lá em janeiro próximo.
Você tem que fazer este tipo de coisa no ritmo que for possível. Não dá para estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Folha - Então vocês guardaram uma sensação boa do show que fizeram aqui, não houve nada de errado?
Stanley - Temos excelentes lembranças. Mas devo dizer que vamos fazer um show para garantir que ninguém fique desapontado em nos ver novamente.
Folha - Como vai ser?
Stanley - Vamos tocar mais de 20 músicas. Tocaremos todas as músicas clássicas do Kiss. Algumas mais novas, outras antigas, mas basicamente o que todos querem ouvir dos álbuns ao vivo ("Kiss Alive" 1 e 2).
Folha - Como você se sente tocando em uma noite que tem também Black Sabbath, Slayer e Suicidal Tendencies?
Stanley - Acho ótimo ter estas bandas nos dando apoio nos show. São todas grandes bandas.
A vantagem de se fazer um show destes é que a platéia sai ganhando. Tem a chance de ter uma noite de ótima música.
Folha - Você não tem medo do público estar cansado?
Stanley - Às vezes temos que esperar pelo melhor. Mas acho que tudo vai se encaixar e a noite vai terminar muito bem.
Folha - Vocês têm fãs muito fiéis no mundo inteiro...
Stanley - Acho que temos fãs muito fiéis porque a banda tem sido muito fiel aos seus fãs.
Nós temos um imenso respeito e admiração pelo nosso público e fazemos tudo que é possível para estar ao nível desta expectativa.
Folha - Uma banda que está há tanto tempo na estrada precisa conquistar novos fãs...
Stanley - Não é que precisemos de novos fãs. Mas quando o que você faz é bom, você consegue novos fãs naturalmente.
Nós não precisamos de novos fãs mas estamos orgulhosos de ter "kissmaníacos" recentes ao lado daqueles que nos acompanham desde o início.
Folha - Este show faz parte de uma turnê?
Stanley - Não. Ficamos honrados e animados com a idéia de tocar na América do Sul novamente e preparamos o show para a ocasião. Vamos tocar também na Argentina e no Chile.
Folha - Faz dois anos que vocês não gravam um disco...
Stanley - Pretendemos entrar em estúdio quando voltarmos em setembro.

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