São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994 |
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Grupo de Castañeda coordena transição
ANTONIO CARLOS SEIDL
O grupo, do qual Castañeda é um dos principais porta-vozes, é formado por uma base ampla de cidadãos que se dizem preocupados em fazer das eleições um ponto de partida para a reforma democrática no país. Para Castañeda, as eleições, as mais limpas, disputadas e transparente da história do país, não são na realidade tão importantes. Ele disse que o processo eleitoral é o primeiro passo necessário, mas não a condição suficiente, para a transição democrática. A coalizão multipartidária de acadêmicos, escritores, líderes sindicais e ex-secretários de Estado, que se denominou Grupo de San Angel (bairro da Cidade do México onde foi realizada sua primeira reunião) tem mantido conversações abertas com os três principais candidatos à Presidência e com Jorge Carpizio, o ministro do Interior, cargo político mais importante do governo do México. O grupo também se reuniu com os representantes do empresariado mexicano e pretende manter um encontro com o movimento indígena zapatista de Chiapas. A presença do grupo na discussão está recebendo grande destaque na imprensa do país. Alguns setores das elites intelectuais e políticas chegaram a manifestar suspeita de que a iniciativa seria inspirada pelo presidente Carlos Salinas de Gortari. Castañeda rebate essas suspeitas, dizendo que o Grupo de San Angel, com planos de desempenhar um papel proeminente na transição democrática, foi inspirado pela inquietação surgida em todo o país desde o levante de Chiapas e o assassinato do candidato do PRI, Luis Donaldo Colosio. Para Castañeda, é a primeira vez na história recente do país que um grupo com diversidade de correntes políticas, ideologias e profissões atua com objetivos comuns. Segundo ele, o Grupo San Angel, como reflexo da necessidade por democracia, está decidido a alcançar dois propósitos básicos. O primeiro é contribuir para a realização de um processo eleitoral limpo, transparente e aceitável para todos os mexicanos e comunidade internacional. O segundo é um acordo entre os três principais candidatos sobre um pacto governamental, diminuindo a tensão pós-eleitoral. (ACS) Texto Anterior: Do enviado especial Próximo Texto: Para investidores, PRI vence eleição Índice |
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