São Paulo, segunda-feira, 22 de agosto de 1994
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Para investidores, PRI vence eleição

ANTÔNIO CARLOS SEIDL
DO ENVIADO ESPECIAL

Os investidores estrangeiros iniciaram uma corrida ao México convencidos de que o partido governista, PRI (Partido Revolucionário Institucional), triunfará nas eleições presidenciais de ontem.
Isso significaria a manutenção da abertura comercial e da política econômica favorável ao setor privado do país.
Alfredo Viegas, responsável pela estratégia de investimentos da Salomon Brothers na América Latina, disse que a instituição continuará recomendando a aquisição ativa de ações mexicanas.
Refletindo a confiança dos investidores estrangeiros na vitória do PRI, a BMV (Bolsa Mexicana de Valores) encerrou a semana pré-eleitoral na sexta-feira com uma valorização de 2,67%.
O otimismo estrangeiro tem forte peso na BMV porque cerca de 60% das ações negociadas estão nas mãos de indivíduos ou fundos de investimentos internacionais.
Jonathan Morely-Kirk, diretor da SG Warburg Securities, disse que a questão política foi o principal problema do México nos últimos doze meses.
"Uma vez que se supere o processo eleitoral dentro de um contexto de plena credibilidade e transparência, teremos uma onda de emissões de eurobônus para empresas mexicanas", disse.
Para Tamsin Hodday, analista da Barings Securities, a instituição financeira acredita que Ernesto Zedillo, do PRI, tem probabilidade de 70% de vencer as eleições.
Hodday afirma que um resultado contestado das eleições, que criaria uma situação de indefinição até meados de setembro, debilitaria o mercado, mas abririria boas oportunidades de compra de ações subvalorizadas pela incerteza.
Alan Nesbit, da Morgan Grenfell, antecipa vitória segura para o PRI com alguns protestos não violentos e a participação do conservador PAN (Partido da Ação Nacional) no novo governo.
Segundo ele, isso será um sinal de amadurecimento do processo político mexicano, o que pode abrir caminho para a entrada maciça de dinheiro no mercado de ações e também de investimentos diretos das empresas norte-americanas.
(ACS)

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