São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994
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CUT quer desvincular protesto de eleições

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A CUT orientou seus sindicatos a desvincular das eleições presidenciais as marchas e paralisações por emprego e salário de hoje.
A idéia é evitar que as manifestações sejam usadas como pretexto pelos adversários do PT para acusar Lula de manipulação do movimento sindical.
Segundo o secretário-geral da CUT, João Vaccari, a marcha terá "caráter sindical". O presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse que as reivindicações são "econômicas".
No Estado de São Paulo, a CUT convocou para a praça da República, a partir das 17h, uma manifestação seguida de marcha. Osvaldo Martinez, da executiva da CUT Estadual, estima que mais de 5.000 pessoas são esperadas.
No ABCD os metalúrgicos prometem realizar uma paralisação de três horas, pela manhã, nas principais fábricas.
"Estamos lutando por um direito conquistado nas câmaras setoriais automotivas, de reajuste mensal integral até 95", disse o presidente do sindicato da categoria, Heiguiberto Navarro, o Guiba.
Segundo Carlos Alberto Grana, secretário-geral da entidade, mais de 8 ônibus do ABCD devem levar os metalúrgicos a São Paulo.
Também devem participar bancários, petroleiros, químicos, petroquímicos, papeleiros, condutores de ônibus e metroviários.
Cerca de 2.500 professores que realizam um congresso em Araçatuba, interior de São Paulo, prometem realizar uma marcha lá.
No Rio, uma manifestação está marcada às 17h30 na Candelária.
"Insulto"
Em negociação realizada ontem, a Fenaban propôs reajuste de 8,20% sobre os salários de agosto aos bancários, que têm data-base em setembro. "Essa é a proposta possível. Os bancos estão com receitas baixíssimas e grande ociosidade de mão-de-obra", afirmou Alencar Rossi, da Fenaban.
Os bancários, que pedem 119% mais 13,20% de produtividade, consideraram a proposta um "insulto", nas palavras de Ricardo Berzoini, presidente do sindicato da categoria em São Paulo. "Se os banqueiros insistirem nisso podem amargar greve já em setembro."
Colaborou a Folha ABCD.

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