São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994
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CEF procura explicar venda

GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A decisão política de financiar a comercialização de 300 mil imóveis populares, anunciada esta semana pelo governo, poderia ter sido tomada seis meses atrás.
Segundo documento do Ministério do Bem-Estar Social, o número de imóveis encalhados a serem financiados pela Caixa Econômica Federal era mais alto em fevereiro último do que agora.
Para justificar a venda às vésperas da eleição, o presidente da CEF, José Fernando de Almeida, disse que até agora "os números não eram tão expressivos".
A Folha noticiou ontem que a venda dos imóveis foi uma decisão política do Planalto, que tem interesse em influir na eleição.
A determinação de Itamar atropelou os estudos da CEF, que tenta conseguir meios de vender os imóveis desde 93, sem sucesso.
Segundo os números de fevereiro, havia na época 349,8 mil imóveis não vendidos, dos quais apenas 160,6 mil concluídos.
Anteontem, Almeida disse que há 100 mil imóveis concluídos (60 mil de difícil venda). Ele confirmou que a decisão de acelerar as vendas partiu de Itamar, que teria chegado à conclusão que "esse problema não poderia continuar".

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