São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 1994
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Defesa recusou mulher no júri

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A defesa de Cláudio e Alessandro Bandeira tinha poucos argumentos fortes para apresentar aos jurados.
O advogado Geraldo Côrtes preferiu levantar suspeitas sobre o comportamento da vítima, o estudante Marco Antônio Velasco.
Durante o depoimento da principal testemunha do crime, o funcionário público José Antônio da Silva, a defesa gastou tempo com perguntas vazias e repetitivas.
Foi preciso a intervenção do juiz para evitar o constrangimento da testemunha em ter de detalhar fatos que já havia dito não conhecer.
"A quantos metros a testemunha estava da vítima? Cinquenta redondo ou mais de 50?", dizia Côrtes.
O argumento de que Marco Antônio era briguento também não convenceu. Nos autos do processo constam vários depoimentos que confirmavam a aversão do estudante a confusões.
Os irmãos Bandeira, lutadores de capoeira, boxe e judô, eram conhecidos por moradores da quadra 405 Norte como integrantes da Falange Satânica, gangue de pichadores de Brasília.
A defesa não queria mulheres no júri. Recusou seis juradas. A banca foi composta apenas de homens.

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