São Paulo, quarta-feira, de dezembro de  |
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De rumores e humores
CLÓVI ROSSI
SÃO PAULO – O baixo astral em que o PT havia afundado nas últimas semanas começa a ser superado. A avaliação do comando petista é a de que reduziu-se, nas ruas, o encantamento com o Plano Real, embora se reconheça que continua a ser um poderoso instrumento eleitoral. Difícil dizer se essa avaliação corresponde aos fatos ou é mera expressão de desejos do PT. Em todo caso, registre-se que os famosos mercados, sempre prenhes de boatos os mais diversos, trabalhavam ontem com o rumor de que uma nova pesquisa indicaria queda na diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Esse dado, se de fato existe, não é do Datafolha, o único instituto em que me apóio para comentar os humores do eleitorado. Enquanto o Datafolha não fala, eu também fico quietinho, porque não entendo nada, rigorosamente nada, do tal de povo brasileiro. Parece a avaliação mais sensata. O fato de o IPC-r indicar uma inflação, em agosto, estupidamente mais elevada do que a inicialmente projetada não significa necessariamente que o encanto se quebrou. Repito: há muito pouco de racionalidade na reação do eleitor aos efeitos do plano. O que soa mais lógico é outra constatação de Goldman: "Nós, os candidatos, estamos numa correria louca porque sabemos que a eleição é em apenas 35 dias. Mas o eleitor se comporta como se a eleição fosse dentro de seis meses, no mínimo". Goldman considera inédita essa frieza eleitoral, uma opinião a levar em conta considerando-se a longa quilometragem por ele já percorrida na estrada das urnas. Como é improvável que o distanciamento se mantenha por muito mais tempo (até porque não há muito mais tempo), é possível que se esteja de fato nas vésperas de definições. Em que direção, aguardo o próximo Datafolha. Texto Anterior: Buraco negro Próximo Texto: O milagre da Regeneração Índice |
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