São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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São Paulo já tem 391 casos de aposentadoria irregular

SUSI AISSA; GILBERTO DIMENSTEIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

GILBERTO DIMENSTEIN
Diretor da Sucursal de Brasília
As fraudes em aposentadorias rurais não são exclusividade do Nordeste e do Centro-Oeste. São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina também registram elevado índice de irregularidades, segundo a auditoria do INSS.
Nos últimos quatro meses, o INSS detectou 391 fraudes em apenas quatro municípios de São Paulo: Tanabi, Natividade da Serra, Cunha e Palestina.
O percentual de irregularidades em aposentadorias rurais nesses municípios é da ordem de 50% do total de benefícios. Outros municípios paulistas serão investigados nos próximos meses.
"É apenas a ponta do iceberg", afirmou o ministro da Previdência Social, Sérgio Cutolo. Atualmente, o INSS mantém quatro equipes de auditores trabalhando só em São Paulo. Há também auditores em Minas, Bahia e Piauí.
Estima-se que 1 milhão de benefícios rurais tenham sido fraudados no país, com prejuízo que pode chegar a R$ 700 milhões.
Em viagens a Minas Gerais e Tocantins, a Folha pôde comprovar a existência de um sistema de fraudes. As quadrilhas falsificam desde a declaração de atividade rural até a assinatura do promotor público.
Em Ibicaraí (BA), as irregularidades não se limitam à falsificação de declarações de atividade rural. Também as carteiras de trabalho estão sendo falsificadas, de modo a reforçar a "autenticidade" das declarações.
Auditoria feita pelo INSS nos últimos três meses identificou 1.100 benefícios rurais irregulares no município, de um total de 1.319 processos auditados.
O INSS também denunciou a coordenadora de assistência aos idosos da prefeitura, Maria das Graças Araújo Oliveira, por envolvimento nas fraudes.
O prefeito nega as acusações. Ele diz que os lavradores registrados em sua fazenda "realmente trabalharam".

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