São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 1994
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Dossiê reabre caso de magia negra no Paraná

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dossiê reabre caso demagia negra no Paraná
Um dossiê de 177 páginas, encontrado por dois advogados da defesa, fez com que o Tribunal de Justiça do Paraná reabrisse o caso da morte do menino Evandro Ramos Caetano –que, segundo a polícia, foi assassinado num ritual de magia negra, em Guaratuba (PR).
Sete pessoas estão presas há dois anos sob acusação de terem promovido a sessão de magia e aguardam o julgamento. Embora a polícia considere o crime esclarecido, o caso começou a ser revertido na sexta-feira passada –quando os advogados Luiz Maister e Antônio Basto encontraram o dossiê, propositadamente arrancado dos autos do processo.
O desembargador Lauro Lima Lopes, vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, disse que considera "gravíssima" a omissão do dossiê do processo e que a existência do documento vai levar à reabertura das investigações e tomada de "providências cabíveis" –no caso, o acionamento da Corregedoria de Justiça do Paraná.
O documento extraído dos autos traz o nome de "Dossiê X" e estava escondido num cofre do Tribunal de Guaratuba. Com carimbos e assinaturas que o tornam oficial, o documento foi investigado pelo "Grupo Tigre", destacamento que faz apurações especiais para a polícia do Paraná.
No dossiê constam fotos e retratos-falados feitos pelo Instituto de Criminalística do Paraná, que se referem a pessoas suspeitas da morte do menino Evandro Caetano. A Justiça e a polícia paranaense não investigaram essas pessoas porque as evidências contra elas foram subtraídas do processo.
Há também no dossiê os nomes de dois suspeitos não interrogados pela Justiça: Euclides dos Santos, o "Barba", e João Passos, o "Baio". Amanhã, o TJ decide pelo pedido de exumação do corpo do menino, feito pela defesa.

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