São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994 |
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Viciado em pompa Nos 13 anos que governou Minas Gerais como interventor e, depois, nos anos que foi bajulado como maior liderança política mineira, Benedito Valadares aprendeu a gostar da pompa. Seu gabinete estava sempre servido por um batalhão de secretárias e assessores. Os carros que o transportavam eram pretos, os motoristas impecavelmente vestidos. Quando finalmente anunciou que iria abandonar a vida pública, em 71, Valadares viu bater à sua porta o presidente de uma empresa carioca. O homem convidou o ex-governador para ocupar um cargo na direção da companhia. Valadares ouviu a oferta e, antes de responder, quis saber: – Eu vou ter um gabinete? O visitante respondeu que sim. – E secretárias e telefones? O homem balançou a cabeça afirmativamente. – E carro preto? Eu vou ter carro preto? O homem assustou-se, mas, diante da ansiedade de Valadares, concedeu: – Não estava nos planos, governador, mas a gente arruma. E Valadares suspirou: – Então eu aceito, "uai"! Texto Anterior: Lembrança viva; Alvo fácil; Lugar ao sol; Torcida geral; No papel; Brios feridos; Inspiração; No pé; Em tela Próximo Texto: A segunda inquietação Índice |
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