São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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"Foi um erro adotar o IPC-r"

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O assessor especial do Ministério da Fazenda, Edmar Bacha, disse ontem que "foi um erro ter adotado o IPC-r" como a inflação oficial. O IPC-r é o Índice de Preços ao Consumidor em real, do IBGE, que acumula alta de 11,87% em julho e agosto.
A frase de Bacha foi dita ao responder a uma pergunta sobre os prós e contras do plano até agora, durante entrevista no Rio, na sede regional do Banco Central.
Logo em seguida, ele emendou, dizendo que "não foi um erro, foi o preço da democracia". Segundo Bacha, o IPC-r foi "uma barganha política" com o Congresso.
O problema é que o IPC-r, feito com dados coletados a partir de 15 de junho, carregou inflação dos últimos dias da URV para os índices dos dois primeiros meses do real. O índice é oficial para corrigir os salários na primeira data-base de cada categoria até o Plano Real completar um ano.
Também participaram da entrevista o presidente do BC, Pedro Malan, do diretor da Área Externa, Gustavo Franco, e do presidente do BNDES, Pérsio Arida.
Eles procuraram demonstrar que o aquecimento do consumo ainda não preocupa a equipe econômica, apesar das últimas medidas de restrição ao crédito.
Embora minimizando, a equipe econômica não consegue esconder que há uma preocupação com o crescimento das vendas a crédito. Em dois meses elas passaram de 40% para 67% do total vendido.

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