São Paulo, sábado, 3 de setembro de 1994
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Justiça Militar condena 6 por morte de rapazes

DA REPORTAGEM LOCAL

A 3ª Auditoria do TJM (Tribunal de Justiça Militar) condenou a 12 anos de prisão quatro PMs e dois ex-policiais acusados de matar Aprígio Roa Junior, 16, e Edgard Luis da Silva, 21.
Por três votos a dois, o Conselho de Sentença acolheu a tese defendida pelo promotor Fernando Sérgio Baroni Nucci e pelo assistente da acusação, o advogado Márcio Thomaz Bastos.
O sargento Cláudio Manoel Falcão Figueiredo, 30, os soldados José Nei de Matos Macedo, Silvaldo Soares Fonseca e Valter Damante e os ex-PMs Sérgio Bernardino Silva e Renato Eduardo Beni receberam o direito de apelar da sentença em liberdade.
"A versão dos policiais de que os dois foram mortos em tiroteio é incompatível com a prova técnica. Ela demonstrava que era impossível os fatos terem se passado como narraram os policiais", disse o promotor.
O advogado de defesa, Antônio Cândido Dinamarco, defendeu a tese de que não havia provas suficientes para condenar os réus. Ele disse que irá recorrer da sentença.
O crime aconteceu em 6 de novembro de 86, na esquina das avenidas Santa Catarina e rua Mascote, no Jabaquara (zona sul).
Segundo a versão dos PMs, os rapazes estavam armados com um revólver e uma escopeta.
Segundo a versão da promotoria, o sargento Falcão e o soldado Macedo torturaram e mataram as duas vítimas e, depois, contaram com a ajuda dos outros quatro policiais para encobrir o crime.
Falcão ficou conhecido em 90, após salvar uma mulher feita como refém por um ladrão. Fazendo-se passar por cinegrafista de televisão, ele desarmou o assaltante, que mantinha um revólver apontado para a cabeça da mulher.

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