São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
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Ex-ministro dizia que era proibido gastar

DA REDAÇÃO

O ex-ministro Rubens Ricupero marcou o início de sua titularidade no Ministério da Fazenda, no dia 5 de abril deste ano, com uma frase que marcou o discurso de posse do presidente eleito Tancredo Neves: "É proibido gastar".
Sua disposição era controlar as despesas e, com isso, equilibrar as contas do governo. Desde a implantação do real, em 1º de julho, sua idéia fixa vinha sendo convencer os consumidores a comprar menos e poupar mais.
Ricupero pegou a inflação em 46,22% (IPC-Fipe de abril) e largou em 5,46% (IPC-r de agosto).
Durante sua permanência no cargo, reduziu as aliquotas de importação de vários produtos e prometia mais.
Teve atritos com o presidente Itamar Franco em pelo menos duas ocasiões. Primeiro foram as taxas de juro, que o presidente queria ver menores.
Depois, em julho e agosto, divergiram sobre o reajuste de salários para os servidores federais.
Ricupero chegou a colocar o cargo à disposição por conta dessa rusga. Ele defendia a idéia de que não havia dinheiro para pagar o funcionalismo.
Itamar queria o aumento e desconfiava dos números da equipe econômica.
Diplomata de carreira, formado em direito, Ricupero, 56 anos, serviu ao Itamaraty por mais de 20 anos no exterior.
Foi embaixador em Washington por mais de dois anos. Serviu também em Genebra e foi presidente do Conselho do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio).
Antes de chegar à Fazenda, foi ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal (empossado em 15 de setembro).
Ele fez várias aparições em público, sempre com o intuito de divulgar a nova moeda, o real, onde sua imagem pessoal também era cultivada.
Ricupero está casado há 33 anos com a primeira namorada, Marisa Poralari. Tem quatro filhos: Cristina, 30, Isabel, 28, Bernardo, 24, e Mariana, 16.

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