São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994
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Tiroteio em cadeia provoca duas mortes

DA FOLHA ABCD E DA FT

Um carcereiro e um preso morreram durante um tiroteio na Cadeia Pública de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), localizada em prédio anexo ao 1º Distrito Policial.
O tiroteio aconteceu na noite de sábado, durante uma tentativa de fuga frustrada. Após o tiroteiro, os presos iniciaram uma rebelião. Nenhum detento conseguiu fugir.
O juiz corregedor dos presídios de São Bernardo, Marco Antonio Paiolette, não autorizou a invasão da cadeia pelos policiais. Cerca de 40 PMs estavam no local.
À tarde, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local, Ferdinando Credidio, e o diretor da cadeia, José Neme Junior, negociaram a entrega de comida.
Os presos continuavam soltos dentro da cadeia. Até as 17h30, a situação era tranquila, segundo policiais.
Segundo o delegado Cláudio Lúcio de Lima, que estava de plantão na tarde de ontem no 1º DP, a situação é de alerta.
"Temos informações de que há mais dois revólveres com os presos. Não sabemos como eles obtiveram as armas. Acredito que eles estejam cavando túneis para tentar fugir", disse.
Santos Filhos estava armado com um revólver calibre 38. Ao chegar à sala dos carcereiros com o refém, Santos Filho atirou contra o carcereiro José Mardônio Rosendo da Silva, 41, que revidou.
Santos Filho, preso desde julho por roubo, morreu na hora. Silva foi levado ao PS Municipal de São Bernardo, onde morreu.
Após o tiroteio, os presos teriam começado a "serrar as grades e quebrar tudo", segundo o carcereiro Vieira.
A Secretaria de Assuntos Penitenciários de São Bernardo deve autorizar a transferência de 50 presos hoje pela manhã. "Enquanto isso, estamos de sobreaviso", afirmou o delegado Lima.
A cadeia tem capacidade para 108 presos e está hoje com 374 presos. A cadeia enfrenta problemas de superlotação desde 1976, quando foi aberta.

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