São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994 |
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Historiadora mostra que estrada do século 18 mudou economia de SP
DANIELA FALCÃO
Mas, como mostra a tese de mestrado defendida pela historiadora Denise Mendes, sua maior importância é de ter sido o símbolo da transformação econômica da então Capitania de São Paulo. Construída entre 1790 e 1792 por ordem do governador da capitania, Bernardo José Maria de Lorena, a Calçada veio atender à necessidade de melhorar a comunicação entre a capital e o litoral. Desde a segunda metade do século 18, o interior paulista vivia momento de expansão agrícola graças aos bons resultados da lavoura de cana-de-açúcar. A produção era voltada para exportação, que fazia parte de uma política para fortalecer a Capitania de São Paulo. Mas faltava uma estrada que ligasse o centro produtor aos portos que embarcariam o açúcar para a Europa. Assim, a Calçada do Lorena passou a ser a principal via de escoamento do açúcar paulista. Antes, todos os esforços da economia paulista estavam voltados para tentativas –nem sempre bem sucedidas– de estruturar uma agricultura de exportação. Mas só depois da Calçada do Lorena é que a economia da capitania pôde de fato se voltar para o mercado externo. Ao determinar a construção da Calçada, Lorena assegurou o sucesso das atividades agrícolas e fortaleceu o comércio da capitania. E, também, fez com que a agricultura de exportação se consolidasse como o mais importante elemento da economia paulista. A pesquisa da historiadora baseou-se em documentos manuscritos e em documentação iconográfica e cartográfica produzida nos séculos 18 e 19. Texto Anterior: Congresso no Rio deve reunir 500 especialistas Próximo Texto: WALTER CENEVIVA Índice |
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