São Paulo, segunda-feira, 5 de setembro de 1994 |
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Estudantes sul-africanos fazem 1ª passeata
FERNANDO ROSSETTI
A briga dos estudantes –a enorme maioria negra– é basicamente por democratização da admnistração das universidades e por ensino superior gratuito. Em suas manifestações, os estudantes negros cantam e dançam músicas "de guerra" das diversas etnias negras que formam o país (leia texto nesta página). O movimento começou há duas semanas, quando alunos da Universidade da África do Sul (Unisa) invadiram a reitoria, em Pretória (a capital do país). A Unisa ficou fechada durante uma semana pelos alunos. Depois, o movimento foi se espalhando por outras instituições até chegar à Universidade Witwatersrand, que é a "USP da África do Sul", e fica na cidade de Johannesburgo. Lá, os estudantes fizeram uma "campanha da sujeira", entornando no chão, todas as latas de lixo que encontravam no caminho. O campus, que tem 18 mil alunos, ficou imundo. Dois alunos ficaram feridos depois que alguns alunos brancos, indignados com a "campanha da sujeira", passaram a enfrentar os manifestantes. A passeata pelas ruas de Johannesburgo, na quarta-feira, saiu da Universidade Witwatersrand e percorreu cerca de dois quilômetros até a Secretaria de Educação, no centro da cidade. "Essa passeata não é contra o governo, mas para dar força a ele para tomar as medidas necessárias na área de educação", disse Heinrich Bohmke, 23, diretor de imprensa da Sasco (Congresso Sul-Africano de Estudantes, a "UNE" do país). Bohmke é um dos poucos brancos que fazem parte da Sasco e o único na sua direção. Texto Anterior: Nem tudo vale ao transar Próximo Texto: Mandela enfrenta protestos Índice |
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