São Paulo, sexta-feira, 9 de setembro de 1994
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FHC desautoriza ACM sobre ministério

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSDB à Presidência, Fernando Henrique Cardoso, desautorizou ontem o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (PFL) a articular nomes para seu eventual ministério.
"Quem decide sou eu", disse ontem FHC, após assistir à solenidade em que Ciro Gomes assumiu o Ministério da Fazenda.
Anteontem, Antônio Carlos Magalhães afirmou que Ciro Gomes "terá lugar assegurado" em um eventual ministério de FHC caso tenha êxito na condução da economia durante a gestão de Itamar Franco.
O presidente do PSDB, Pimenta da Veiga, por sua vez, classificou as declarações de ACM de "uma proposta intempestiva".
O ex-governador da Bahia é uma das principais lideranças do PFL, partido que faz parte da coligação que pretende eleger FHC presidente da República.
"Opinião dele"
Segundo o candidato, as afirmações de ACM "são uma opinião dele". Em seguida, FHC disse que não está ainda pensando em nomes para o seu eventual ministério.
"Eu preciso ganhar a eleição e, antes disso, não falo e não penso em ministério", declarou. Ele, no entanto, considerou "ótimo" tomar conhecimento de que ACM "tem uma opinião favorável" sobre Ciro Gomes.
Para FHC, sua presença no evento não reforça as denúncias de uso da máquina pública em sua campanha. "Eu sou tucano, o Ciro é tucano, e estou torcendo para que o Brasil dê certo", disse o candidato. "Nós queremos os tucanos mostrando que sabem governar".
"É uma posição política, não tenho o que esconder", completou. "Se eu não fosse, iriam dizer que não assumo publicamente a defesa do plano e do governo".
Aplausos
As principais lideranças do PSDB assistiram à soleniade de transmissão de posse, ocorrida no Banco Central.
Além de FHC e Pimenta, estavam presentes o secretário-geral do partido, Sérgio Motta, o candidato tucano ao governo do Ceará, Tasso Jereissatti, e o ministro do Planejamento, Beni Veras.
FHC chegou às 15h20 ao ato, acompanhado de sua mulher, Ruth Cardoso. Quando entrou no auditório, foi aplaudido pela platéia, formada principalmente por empresários.
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, e o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Mário Amato, sentaram à frente do candidato.

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